Sete dias em maio rende prêmio da crítica paulista a mineiro

Filme de Affonso Uchoa foi reconhecido como o melhor média-metragem de 2020 pela APCA. Teresa Cristina e Camila Morgado estão entre outros premiados

20/01/2021 04:00
Embaúba Filmes/Divulgação %u2013 12/5/20
Sete dias em maio, de Affonso Uchoa, foi considerado o melhor média-metragem de 2020 por críticos paulistas (foto: Embaúba Filmes/Divulgação %u2013 12/5/20)
A premiação é 'paulista', mas de novo foi bem além dos limites do estado quando o assunto é reconhecer méritos culturais. Entre eles está o cineasta mineiro Affonso Uchoa, de Contagem, cidade da Região Metropolitana de BH, cujo média-metragem Sete dias em maio é um dos agraciados pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Uchoa começou sua carreira como assistente de direção e debutou como diretor em A vizinhança do tigre (2016), docudrama premiado na Mostra de Tiradentes. Ele ganhou dimensão nacional ao realizar Arábia (2017), em parceria de João Dumans. Além dele, foram premiados Jeferson De, que dirigiu o longa M8 – Quando a morte socorre a vida, e Geraldo Sarno, por Sertânia.

Na categoria música popular, a cantora Teresa Cristina, que viralizou com lives durante o período de pandemia do coronavírus, foi eleita a artista do ano. Em seu perfil no Instagram, ela festejou: “Minha gente, fui premiada pela @apcapremio como ARTISTA DO ANO! Haja berro, grito, eita, choro, risos e lágrimas! Estou muito feliz e muito agradecida também! Agradeço de coração a esses profissionais que me acompanharam durante o ano me dando o suporte necessário”, postou, relacionando o time que lhe dá suporte musical.

Ainda na música, Jup do Bairro como artista revelação, além de Caetano Veloso como melhor live e Rastilho, de Kiko Dinucci, na categoria disco. Participantes da série Bom dia, Verônica, da Netflix (Camila Morgado e Eduardo Moscovis), foram alguns dos destaques de 2020 para a APCA. Assim como Tatiana Tibúrcio (pelo especial Falas negras) e Marcelo Adnet em humor, por Sinta-se em casa.

Neste ano, por causa dos impactos provocados pela COVID, a entidade optou pela realização de uma premiação com menos categorias, em caráter de excepcionalidade. "Em 2020, as artes enfrentaram a pior de suas crises estruturais dos últimos tempos: política e de saúde pública. A união de nossos artistas provou mais uma vez que juntos somos mais fortes e que sempre sairemos vencedores. Tudo isso acabou oferecendo aos críticos da APCA um outro olhar para a produção artística, agora com o território ampliado pela virtualidade", disse Celso Curi, presidente da APCA.

CIDADANIA

Em arquitetura (urbanidade), um dos reconhecidos é o padre Júlio Lancellotti, por seus trabalhos de ação social e resgate de cidadania. Em artes visuais, a exposição Egito antigo, no CCBB. Na dança (criação), o espetáculo Silêncio, videoperformance de Eduardo Fukushima e Sérgio Roizenblit. Na literatura, por trabalho editorial, Gita Guinsburg pelas realizações à frente da editora Perspectiva, refletindo a resistência de todas as editoras no contexto da pandemia.

No teatro, foram premiados Bertoleza, direção de Anderson Claudir (espetáculo), peça (virtual) e ainda o prêmio especial para a série Cena inquieta, em 26 episódios, dirigida por Toni Venturi.

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