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CINEMA

Varilux é o primeiro festival de cinema em BH após a reabertura

Cinquenta filmes franceses foram exibidos gratuitamente entre os meses de abril e agosto passados, no Varilux em casa, versão on-line do tradicional festival que, anualmente, desde 2008, divulga no Brasil a produção do cinema francês. 



Na época em que foi lançado, o evento digital procurava oferecer algum conforto na fase inicial do confinamento decorrente da pandemia do novo coronavírus. Naquele momento, só havia uma certeza: a edição 2020 do festival não poderia ser realizada na data prevista, em junho.

Pois a partir desta quinta-feira (19), o Festival Varilux dá a partida em sua edição deste ano, com uma diferença em relação aos anteriores: ele tem data para começar, mas não para acabar. Melhor explicando: em geral, o festival é realizado durante duas semanas, simultaneamente em diversas cidades do país. Porém, como nem todas as capitais que abrigam o Varilux estão com o circuito de salas em plena operação, é possível que ele só chegue a determinados locais em fevereiro de 2021. 

Em Belo Horizonte, o festival tem início confirmado para esta quinta (19), com sessões nos cines Boulevard, Ponteio e Pátio Savassi, e se estende até 2 de dezembro.

COBAIA 


“Como este será o primeiro festival desde a reabertura dos cinemas, estamos sendo uma espécie de cobaia. Mas, que fique claro: somos a favor do confinamento e de todas as medidas possíveis para acabar com o pesadelo. Agora, no momento em que o país resolve abrir, os cinemas não podem ficar de fora”, afirma Christian Boudier, idealizador e curador do festival. Segundo ele, os números da versão on-line foram mais do que satisfatórios, com um total de 660 mil visualizações somadas entre os 50 filmes exibidos.



Mesmo trabalhando com metade do orçamento originalmente previsto, o evento mantém os moldes dos anos anteriores. Serão exibidos 18 longas, sendo 17 deles inéditos no país e produzidos entre 2019 e 2020. Há inclusive alguns títulos que não chegaram aos cinemas franceses, neste momento fechados novamente, em consequência da segunda onda da COVID-19 que atingiu a Europa.

“O legal é que muitas distribuidoras seguraram seus filmes, que poderiam ter sido lançados neste período em VOD (vídeo sob demanda). Não tivemos problema com produções e, inclusive, novas distribuidoras entraram, caso da Vitrine e da Diamond”, comenta Boudier. “O que ficamos foi mais flexíveis em termos de datas. Até fevereiro, se os cinemas quiserem, podem programar os filmes do festival. Mas a maioria das cidades entra já neste mês.”


GODARD 

Os 60 anos de Acossado, de Jean-Luc Godard, filme-marco da Nouvelle Vague, serão celebrados pelo festival, que vai exibir em cópia nova a história protagonizada por Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg. Entre os lançamentos estão obras de autores consagrados, como Verão de 85, novo longa de François Ozon, figura recorrente no festival. 



Entre outros conhecidos do público presentes nesta edição estão os atores Louis Garrel e Fanny Ardant, que protagonizam DNA, drama da diretora Maïwenn; e Juliette Binoche, que faz a personagem central de A boa esposa, de Martin Provost. 

Ao lado de Daniel Auteuil e Guillaume Canet, Ardant está também no elenco de Belle Epoque, de Nicolas Bedos, que levou três prêmios César, o Oscar francês. Vincent Cassel protagoniza Mais que especiais, nova produção da dupla Éric Toledano e Olivier Nakache, do sucesso Intocáveis (2011).

Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano, Apagar o histórico, de Benoît Delépine e Gustave Kervern, é outra das atrações. Filmes de grandes bilheterias na França também foram selecionados para o Varilux, como Sou francês e preto, de Jean-Pascal Zadi e John Wax, que somou mais de 1 milhão de espectadores após a reabertura dos cinemas em seu país, e Minhas férias com Patrick, de Caroline Vignal, com meio milhão de espectadores.