Menor, Festival de Veneza tenta simbolizar retomada

Setor de cinema foi um dos mais atingidos com a crise do coronavírus. Mostra selecionará entre 50 e 55 filmes para edição de 2 a 12 de setembro

AFP 08/07/2020 07:22
Warner/Divulgação
Em 2019, Coringa, estrelado por Joaquin Phoenix, foi o grande destaque na mostra italiana (foto: Warner/Divulgação)
O  Festival de Cinema de Veneza, que celebrará sua 77ª edição de 2 a 12 de setembro, terá um programa "reduzido" devido à pandemia de coronavírus, informaram nesta terça-feira os organizadores.

"Estou muito satisfeito que a mostra poderá ser realizada com uma redução mínima de títulos e seções", anunciou o diretor do festival, o crítico de cinema italiano Alberto Barbera. A lista de filmes selecionados será divulgada em 28 de julho, durante conferência de imprensa.

"Sem esquecer as muitas vítimas dos últimos meses, o primeiro festival internacional a ser realizado após a interrupção forçada imposta pela pandemia adquire o significado de um reinício, uma mensagem de otimismo para o mundo do cinema tão atingido pela crise", afirmou em comunicado.

Os organizadores especificaram que a seleção oficial terá "entre 50 e 55 filmes de todo o mundo", que serão exibidos "nas salas tradicionais" do Lido e respeitando "as medidas sanitárias estabelecidas" pelas autoridades, incluindo o uso de máscara e distanciamento social.

No ano passado, o número de filmes selecionados oficialmente para as diversas seções da mostra foi de 63 títulos, embora tradicionalmente sejam exibidos filmes paralelos e eventos não oficiais, chegando a cerca de 200.

O festival "fornecerá a visão geral habitual do melhor que a indústria cinematográfica produziu nos últimos meses, graças à resposta extraordinária que diretores e produtores deram, apesar das difíceis condições de trabalho dos últimos meses", reconheceu Barbera.

Os organizadores confirmaram a realização do concurso, sem especificar o número de filmes ou títulos. Também estão programadas as seções Orizzonti (Horizontes), entre as mais inovadoras, Biennale College, e alguns filmes convidados na seção Fora de Competição.

"Uma grande presença de autores e atores acompanhará os filmes no Lido, enquanto entrevistas coletivas serão realizadas on-line com aqueles que não poderão participar pessoalmente devido às restrições ainda em vigor para as viagens", acrescentou Barbera.

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Diretor do festival, o italiano Alberto Barbera aponta "significado de reinício": seleção terá entre 50 e 55 filmes
Na semana passada, Barbera confirmou no Instagram que a mostra terá também o tradicional desfile de estrelas no tapete vermelho, embora com as precauções necessárias contra o coronavírus. Repórteres fotográficos, cinegrafistas e fãs poderão assistir a essa circulação de atores, atrizes e cineastas de cada estreia, como costuma ocorrer todos os anos em frente ao Palácio do Cinema, no Lido, o coração do festival.

"Será uma edição com características únicas em sua história e é por isso que será lembrada", confessou Barbera em maio. Espera-se a confirmação da presença da atriz australiana Cate Blanchett, presidente do júri, que reside na Inglaterra.

Além das salas tradicionais, duas arenas ao ar livre no Lido serão montadas para respeitar as medidas impostas para evitar a disseminação do coronavírus. Por outro lado, os organizadores adiaram para 2021 a Bienal de Arquitetura e para 2022 a Bienal de Arte.

Enquanto isso...

...Depp no tribunal

Apresentado como marido violento contra a ex-mulher Amber Heard pelo tabloide The Sun, o ator Johnny Depp levou o jornal sensacionalista britânico a um julgamento que começou ontem, em Londres, com uma lista de testemunhas digna de filme. Três anos depois do divórcio tumultuado, ele, de 57 anos, e Amber, de 34, voltaram a se encontrar, agora em um tribunal londrino, devido ao processo.

Ao longo de três semanas serão ouvidas por videoconferência figuras como a cantora e atriz francesa Vanessa Paradis e a atriz americana Winona Ryder, ex-companheiras de Depp, que defendem o ator. No processo de divórcio, em 2017, Heard retirou a denúncia de agressão, e Johnny Depp pagou US$ 7 milhões, quantia que a atriz destinou a várias instituições. Ele sempre negou as acusações.

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