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Veja como encontrar clássicos do cinema brasileiro e mundial on-line

A cena clássica de Psicose, o filme mais conhecido do mestre do suspense Alfred Hitchcock - Foto: Cine Idea/Divulgação

Salas de cinema fechadas e a população por mais tempo em casa. Os meses de pandemia intensificaram a relação do público com os serviços de streaming, principal alternativa para assistir a filmes, principalmente porque os lançamentos nesse período rarearam.



Se as empresas do ramo costumam disputar a atenção dos assinantes promovendo a divulgação massiva de novidades a cada semana, seus catálogos também abrigam títulos do passado de grande importância na história do cinema. Uma boa opção para quem prefere viajar no tempo durante a quarentena.

Em meio ao grande volume de filmes de todos os gêneros, organizados por algoritmos, “cinelistas” e menus especiais, é possível encontrar clássicos e alguns dos melhores filmes já feitos, ou pelo menos assim apontados em relações elaboradas por críticos.

Entre os “100 Maiores Filmes de Todos os Tempos” listados pelo site especializado Internet Movie Data Base (IMDB), seguindo um critério de “sucesso em prêmios e indicações, popularidade e grandeza cinematográfica do ponto de vista da direção e escrita”, alguns dos mais bem posicionados estão disponíveis sem custo extra para assinantes dos principais serviços de filmes sob demanda do mercado.



O primeiro dessa lista, O poderoso chefão, de Francis Ford Coppola, pode ser visto na Netflix e no Telecine Play, bem como suas duas sequências. A lista de Schindler (1993), de Steven Spielberg, terceiro lugar no ranking do IMDB e presente em muitas outras relações dos mais importantes do cinema, também pode ser encontrado tanto na Netflix quanto no Telecine Play.

Também de Hitchcock, Um corpo que cai está disponível - Foto: Paramount Pictures/Divulgação
Entre os 10 mais bem avaliados segundo o IMDB, Um estranho no ninho, de 1975, estrelando Jack Nicholson, está acessível no Amazon Prime Video, enquanto Lawrence da Arábia, ganhador de sete Oscars em 1963, está no Telecine Play.

Quem se interessa pela história do cinema mundial e pela obra de diretores que transformaram a sétima arte com novas perspectivas ainda encontra outros tesouros espalhados por essas plataformas modernas. No serviço da rede Telecine é possível ver alguns dos principais itens da filmografia do mestre do suspense Alfred Hitchcock.


A coleção inclui Um corpo que cai (1958), 11º colocado na lista no IMDB, além de Os pássaros (1963), Festim diabólico (1948), Janela indiscreta (1954) e Psicose (1960). Este último também presente no catálogo da Netflix.

O italiano Federico Fellini é outro a ter alguns de seus filmes mais conhecidos disponíveis para assinantes do Telecine Play, como 8 ½, A doce vida e Noites de Cabíria. Do sueco Ingmar Bergman, o mesmo catálogo inclui Morangos silvestres e O sétimo selo. O norte-americano Stanley Kubrick comparece com Spartacus, A glória é feita de sangue e o icônico 2001 – Uma odisseia no espaço, 21º lugar na lista do IMDB.

Todos esses títulos foram lançados entre os anos 1950 e 1960, mas a viagem cinematográfica pode ir mais longe. Por lá também se pode assistir ao alemão Metropolis, de 1927, de Fritz Lang, marco do Expressionismo no cinema e um dos pioneiros no gênero ficção científica.


FAROESTE

No entanto, o gênero que tem mais clássicos disponíveis para seus fãs provavelmente é o faroeste. Entre muitos outros sucessos, no Telecine Play estão o vencedor de quatro Oscars Matar ou morrer, de 1952, estrelando Grace Cooper e Grace Kelly, O homem que matou o facínora, de 1962, dirigido por John Ford, além dos mais importantes do italiano Sergio Leone, como Por um punhado de dólares (1964), Por uns dólares a mais (1965) e Três homens em conflito (1966).

A trilogia, marcada pela inconfundível trilha sonora composta por Ennio Morricone, consagrou Clint Eastwood como um dos grandes astros do cinema. Presente no Telecine Play e também na Netflix, Os brutos também amam (1953), de George Stevens, integra a lista do IMDB, em 77º lugar, e muitas outras do cinema norte-americano e mundial, apontado como uma das principais e primeiras produções em cores no estilo.

A história do cinema brasileiro não fica de fora das visitas possibilitadas atualmente pelas facilidades digitais de plataformas como Globosat Play. Quem tem acesso ao serviço por assinatura pode assistir aos principais filmes de Glauber Rocha (1939-1981), como Barravento, Deus e o diabo na terra do sol, O dragão da maldade contra o santo guerreiro, Terra em transe e A idade da terra. Todos, exceto Barravento, presentes na lista dos “100 Melhores Filmes Brasileiros” elaborada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abracine), em 2016.



Deus e o diabo na terra do sol (1964) ocupa a segunda posição. A liderança é de Limite, de Mário Peixoto, em domínio público e disponível em canais no YouTube. Entre os longa-metragens destacados pela Abracine, o serviço de streaming da Globosat reúne ainda Os fuzis, de Ruy Guerra, igualmente lançado em 1964.

Roterdã premia
projetos mineiros
Mesmo com o calendário de festivais paralisado e os lançamentos comprometidos em virtude da pandemia do novo coronavírus, o cinema brasileiro teve uma boa notícia no âmbito internacional.

O Fundo Hubert Bals, do Festival de Roterdã, na Holanda, seleciona a cada semestre projetos cinematográficos em desenvolvimento para receber um aporte financeiro para sua execução, garantindo futura seleção ao festival. 


Na lista deste ano, figuram duas produções brasileiras, dirigidas por cineastas de Minas Gerais. Uma delas é de André Novais Oliveira (diretor de Temporada), selecionado na categoria Voices, destinada a realizadores não estreantes. O projeto Se eu fosse vivo... vivia aparece com seu título em inglês – If I was alive. O valor do apoio é de 9 mil euros (R$ 53,9 mil).

O outro mineiro na lista é Baby, de Marcelo Caetano, conhecido por Corpo elétrico (2018), escolhido na categoria NFF%2bHBF Co-production Scheme, que garante 50 mil euros (R$ 299 mil) para coproduções entre a Holanda e outros países. 

O projeto já havia recebido um apoio do Hubert Bals Fund há três anos, em fase inicial de desenvolvimento. O longa-metragem conta a história de um jovem gay que vive em São Paulo e foge da perseguição da própria família. O fundo holandês já deu apoio a produções brasileiras como Boi neon, de Gabriel Mascaro, O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, e Tatuagem, de Hilton Lacerda.