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Filho nativo ganha nova adaptação e estreia no Brasil

Um dos mais importantes escritores negros dos Estados Unidos foi Richard Wright (1908-1960), que sempre lutou contra o racismo em obras clássicas. Tantos anos após sua morte, porém, sua literatura continua atual. Um de seus livros, Filho nativo, que aborda questões não só de raça, como também de classe, acaba de ganhar uma nova adaptação cinematográfica, que encaixa a história nos dias atuais. Dirigido por Rashid Johnson, o filme foi produzido pela HBO e estreia no Brasil nesta segunda-feira (8), às 22h.

 

O longa se passa em Chicago, nos dias atuais, e traz o jovem negro Bigger Thomas (Ashton Sanders), de aproximadamente 20 anos, no centro da trama. Ele trabalha como motorista do rico advogado e acaba se relacionando com a sua filha, Mary. Com o trabalho, Thomas passa a conhecer o mundo do dinheiro, política e poder. Ao se ver diante de escolhas inesperadas, algumas circunstâncias perigosas podem mudar o seu futuro promissor. Com isso, o filme acaba se tornando um thriller cheio de suspense.
Bill Camp, Margaret Qualley e Nick Robinson são alguns dos outros nomes do elenco do longa, que conta com roteiro da dramaturga Suzan-Lori Parks, ganhadora do prêmio Pulitzer.

 

Segundo o The New York Times, Parks fez grandes alterações na história original, mas com autorização dos herdeiros de Richard Wright. A maior mudança foi no corte do longo julgamento enfrentado por Bigger na trama. “Em vez de gastar meia hora do filme em cenas que debateriam se Bigger é inocente ou culpado, usamos os momentos dramáticos e os minutos extras para mostrar as amizades do personagem”, disse ela ao jornal.

 

O diretor do longa, Rashid Johnson, leu o livro pela primeira vez aos 16 anos e revela ter ficado obcecado. “Acho que o livro está no panteão das narrativas literárias que evoluíram para nos ajudar a entender a experiência negra hoje, que não é monolítica”, afirmou ao NYT. “Nem toda história negra promove um senso de sucesso ou otimismo.”


CRÍTICAS O livro Filho nativo chegou a ser altamente criticado por um dos pupilos de Wright, o escritor James Baldwin (1924-1987), que acreditava que a história perpetuava estereótipos. Johnson diz ter levado em consideração a opinião de Baldwin. “A crítica de Baldwin é inevitável.

Agora, Wright e Baldwin estão tão juntos e seria tolice e desonestidade contar a história sem levar em conta o que sabemos.” 

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