Crimes hediondos costumam atiçar a curiosidade do ser humano – naquele conceito um tanto macabro de quanto pior, melhor. Pois não havia televisão ou internet quando o casal Andrew e Abby Borden foi morto a machadadas (pelo menos 40 em cada um dos corpos), em 4 de agosto de 1892, em Fall River, Massachussets. O caso virou uma febre nos jornais da época. A principal suspeita era a filha caçula de Andrew e enteada de Abby, Lizzie Borden, então com 32 anos.
Levada a julgamento, ela foi absolvida – o crime nunca foi solucionado. Entretanto, aos olhos da opinião pública não havia outro culpado além da jovem. Mesmo livre, Lizzie virou uma figura do folclore norte-americano. Foi tema de uma canção folk, virou assunto de musicais e sua história chegou à TV e ao cinema. Mais recentemente a personagem foi interpretada em duas produções por Christina Ricci: no telefilme A arma de Lizzie Borden (2014) e na série As crônicas de Lizzie Borden (2015).
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Lizzie logo se aproxima de Bridget, a quem ensina a ler. Ao mesmo tempo, os abusos do pai de uma e patrão da outra vão se sucedendo.
Chloë Sevigny, também uma das produtoras do longa, empresta a intensidade necessária à personagem. Kristen Stewart, um tanto apática, tem consciência de que o filme não é dela, então sabe deixar para a companheira de elenco o momento de brilhar. Ainda que o suspense seja crescente – com uma trilha cheia de climas, que pontua as partes de maior tensão – e que o espectador fique em dúvida até a parte final, a narrativa tem momentos de puro tédio, como que esperando chegar o que realmente importa..