Depois de interpretar Elizabeth II, Claire Foy se transforma em Lisbeth Salander em novo filme

A hacker e a rainha têm muito em comum

por Estado de Minas 16/11/2018 10:22

Sony/divulgação
Claire Foy como Lisbeth Salander, a corajosa hacker de A garota na teia de aranha (foto: Sony/divulgação)

Quando o diretor Federico Álvarez escolheu Claire Foy para estrelar o novo filme da série Millenium, não teve dúvidas de que a atriz, de 34 anos, lidaria facilmente com a transição para o papel de uma intrépida hacker.

Stuart Hendry/divulgação
Em The Crown, Claire Foy é Elizabeth II, a rainha que esconde as próprias emoções (foto: Stuart Hendry/divulgação)

Afinal de contas, essa britânica já tinha experiência como mulher aguerrida, com sangue frio nas veias quando é necessário. Foy interpretou nada menos que a rainha Elizabeth II na premiada The Crown, produção da Netflix.

“Vi a série e disse a mim mesmo: ‘Aí está, esta é Lisbeth’”, contou. “Embora possa soar muito louco, os desafios de interpretar alguém como Lisbeth ou Elizabeth são muito parecidos.”

Na aclamada produção da Netflix, Foy brilha como a rainha às voltas com os jogos de poder, o marido e a criação dos filhos. No longa Millennium: A garota na teia de aranha, em cartaz nos cinemas de BH, a atriz faz o papel da hacker sueca Lisbeth Salander. “São personagens muito similares”, afirma o cineasta uruguaio. “Ambas não se permitem ser elas mesmas, sempre reprimiram as emoções”, comenta.

Álvarez observa que a rainha jamais exibe irritação ou tristeza. “Elizabeth sempre manteve o rosto neutro diante de diferentes situações. E Lisbeth tampouco se permite mostrar suas próprias emoções, esconde-as nas profundezas do seu ser”, compara.

ROONEY A garota na teia de aranha conta a saga de Lisbeth Salander, a garota com o dragão tatuado vivida por Rooney Mara no filme anterior da franquia. Contratada para entrar em um programa de defesa, ela pode controlar os códigos de todas as armas nucleares do mundo.

O longa se baseia no romance de David Lagercrantz, que deu continuidade à série Millenium depois da morte de Stieg Larsson (1954-2004), autor dos três primeiros volumes.

A garota na teia de aranha não convenceu os críticos. A revista Variety diz que o filme “reduziu Salander a uma figura peculiar como a de uma Batgirl, suavizando seu feminismo, praticamente eliminando sua estranheza e lançando um americano para que os Estados Unidos possam salvar o mundo.”

Álvarez defende a sua versão de Lisbeth. Argumenta que, como ocorre com qualquer romance, foi difícil adaptar obra de Lagercrantz para a tela. “Você tem de sacrificar muitas coisas ou vai ficar com um filme de oito horas”, alega. Disse ter procurado tornar o roteiro de Steven Knight mais pessoal.
“Basicamente, falamos de segredos e vergonha, sempre sobre a família. Qualquer que seja a história, o tamanho que tenha, mesmo que as apostas sejam altas, sempre tem de ser algo a respeito tanto de você quanto do personagem principal”, conclui.

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