Em Fúria em alto-mar, Rússia e os EUA se aliam sob ameaça de uma guerra

Protagonista do filme, Gerard Butler interpreta o comandante ético que sabe respeitar adversários

por Pedro Galvão 25/10/2018 08:20

Imagem Filmes/divulgação
(foto: Imagem Filmes/divulgação)

 

Desde que iniciou a carreira cinematográfica, em 1997, o ator escocês Gerard Butler empregou seu talento em uma boa variedade de protagonistas. Interpretou o rei espartano Leônidas, no sangrento 300, de 2006, e o romântico Gerry Kennedy na comédia dramática P. S. Eu te amo (2007). Porém, nos últimos anos, thrillers baseados nas tensões da política internacional parecem ter se tornado o filão preferido do galã. Astro principal e produtor de Invasão à Casa Branca (2013) e da sequência Invasão a Londres (2016), ele repete a dupla função em Fúria em alto-mar, que estreia hoje em BH.

Na trama baseada no romance Firing point, de Don Keith e George Wallace, ele encarna o heroísmo e a honradez de personagens anteriores, desta vez na pele do capitão Joe Glass, da Marinha dos Estados Unidos. Com destacada trajetória no comando de submarinos, cabe-lhe uma espinhosa missão: salvar o mundo da guerra entre norte-americanos e russos. Ambientado nos dias atuais, com chefes de Estado fictícios, o filme se vale das relações diplomáticas delicadas e da perigosa beligerância das duas potências no pós-Guerra Fria.

Depois que submarinos dos EUA e da Rússia são misteriosamente atacados no Ártico, Pentágono e Kremlin entram em alerta. Glass, que está na Escócia, é convocado a reunir a tropa e submergir rumo ao local para investigar o que ocorreu. Outra equipe, com apenas quatro soldados de elite, é enviada por terra para espionar uma base russa. As motivações dos ataques revelam um golpe de Estado em curso, colocando adversários do mesmo lado diante do risco de um conflito nuclear em escala global.

A bordo do submarino Arkansas, o personagem de Butler se revela um comandante firme, calejado pelas privações que a vida no fundo do oceano lhe impôs, mas humano e cordial, tanto com os subalternos quanto com inimigos. Ao resgatar o comandante russo Sergei Andropov (Michael Nyqvist), ele dá uma lição de honra ao confiar no oponente por um bem maior. Depois das filmagens, a relação entre os dois personagens ganhou um novo significado, pois foi o último trabalho de Nyqvist.

 

 

SUECOS 


Butler revelou ao jornal britânico Metro que o dia da morte do colega, em 27 de junho de 2017, coincidiu com a primeira exibição do longa em um teste de audiência, tornando a situação bastante emotiva. E elogiou o companheiro de set: “Foi uma das minhas experiências favoritas, porque amo os atores escandinavos. Trabalhei com poucos, mas amo a maneira como são bem-humorados e capazes de arriscar.”

Vencedor do Oscar de melhor ator deste ano como Winston Churchill em O destino de uma nação, Gary Oldman está no elenco de Fúria em alto-mar. Ele é o almirante estadunidense Charles Donnegan, com pouco tempo de tela, mas o suficiente para registrar seus embates com outro comandante dentro do Pentágono. De mesma patente, John Fisk (o rapper Common) defende que as forças norte-americanas resgatem o presidente russo Zakarin (Alexander Diachenko). Donnegan é contra, por causa dos riscos que a ação representa aos EUA, país presidido por Ilene Dover (Caroline Goodall), que dá seu aval a Fisk.

Enquanto os comandantes, em Washington, discutem informações sigilosas e ações de espionagem, nas águas geladas da Rússia as cenas de ação fazem jus ao título que o longa ganhou no Brasil. O diretor sul-africano Donovan Marsh mostra em detalhes as tecnologias de guerra de russos e estadunidenses. Durante a pré-produção, ele e Gerard Butler embarcaram no submarino USS Houston para conhecer a realidade de quem serve na Marinha. O resultado são sequências inquietantes em meio a torpedos, explosões, travessias de campos minados submersos e combates navais.

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