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Denzel Washington retorna no papel do agente Robert McCall em O protetor 2

Em O protetor 2, que chega nesta quinta-feira (16) às salas brasileiras, o ator Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua repetem uma parceria de sucesso. Além do filme original (que deu origem a esta sequência), os dois estiveram juntos no remake Sete homens e um destino (2016) e no premiado Dia de treinamento (2001), que rendeu a Denzel o Oscar de melhor ator. Ainda que a nova produção não seja a mais brilhante nesta lista, a dupla volta a exibir fôlego para cenas de pancadaria, tiroteios e explosões, entre outros lugares-comuns dos filmes de ação.

O primeiro O protetor (2014) é uma releitura da série The equilizer, exibida na TV americana entre 1985 e 1989. Na adaptação, Denzel Washington é Robert McCall, agente secreto aposentado que segue no ofício por conta própria. Com boas intenções e uma filantropia que remetem aos super-heróis, ele luta contra injustiças sociais e repara delitos à sua maneira.

Em sua nova aventura, McCall trabalha como motorista particular por aplicativo de smartphone. Sempre que pode, segue colocando em prática suas antigas habilidades, a fim de solucionar crimes com os quais se depara no dia a dia – como o estupro de uma de suas passageiras ou o sequestro da filha da recepcionista da livraria que frequenta. Como resultado de suas ações investigativas, McCall passa a ser alvo de um articulado grupo criminoso.

Há um diálogo constante com o filme original, em que McCall forja a própria morte para se manter vivo, enquanto luta para proteger uma adolescente explorada sexualmente por mafiosos russos. Como na produção anterior, o novo roteiro desenvolve o lado paterno do ex-agente, desta vez às voltas com o jovem vizinho Miles (Ashton Sanders), seduzido pelo mundo do crime.

IMPLACÁVEL Toda a narrativa é composta por um amontoado de casos, aparentemente desconexos, que McCall se propõe a resolver.
Até identificar seus principais algozes, o justiceiro altruísta segue incansável em reparar todo tipo de mazela humana que surge em seu caminho. Além da superproteção a Miles, da passageira estrupada e do rapto de uma criança, McCall ataca de detetive para desvendar o assassinato de um rico casal – forjado como crime passional seguido de suicídio – e ainda tenta ajudar um sobrevivente do Holocausto a recuperar um quadro perdido durante a Segunda Guerra.

Uma empreitada e tanto para Denzel Washington, no auge de seus 63 anos. Tão convincente na pele do implacável justiceiro, chega a ser estranho assistir aos seus rivais usando a idade avançada do personagem para ridicularizá-lo. O ator está em ótima forma até nas cenas que mais lhe exigem agilidade – como a benfeita sequência final, que transcorre em uma cidade tomada por um furacão.

Enquanto a trama principal demora a ganhar contornos sólidos, o longa se apoia na empatia que o protagonista desperta no espectador, enquanto vai apresentando suas diversas subtramas. Se numa cena McCall aparece indo à forra contra malfeitores – com espancamentos, frases de efeito e outras agressões –, ele também pode ser visto, na sequência, ajudando seus protegidos a recuperar a integridade.

Há uma tentativa recorrente de desenvolver a faceta dramática de McCall, por meio de seus traumas e fantasmas, que, de certa forma, ditam os atos do personagem no presente. Tal viés, entretanto, fica em segundo plano. O protetor 2  não perde de vista que o interesse maior do espectador de filmes de ação é por altas doses de adrenalina.
A produção obedece fielmente à cartilha do gênero, mas não vai além disso.

 

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