Estreia o quinto filme da franquia 'Transformers', que faturou US$ 4 bilhões desde 2007

Com estreia nesta quinta-feira, 20, 'Transformers: O último cavaleiro' enfrenta o desafio de atrair para o cinema o público habituado à telinha

Mariana Peixoto

Novo 'Transformers' chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 20. - Foto: Paramount/Divulgação

São Paulo – É só ler os números. Lançada há uma década, a franquia Transformers, que conta com um filme lançado a cada dois anos, reflete os rumos da produção cinematográfica mundial feita para as massas.


Série criada a partir da linha de brinquedos da Hasbro (no mercado desde a década de 1980), traz basicamente embates entre o bem e o mal protagonizados por duas raças alienígenas de robôs, que se transformam em veículos possantes.

Com Michael Bay (que dirigiu os cinco filmes lançados até agora) e Steven Spielberg na linha de frente (os dois são produtores executivos da franquia), Transformers, com o perdão do trocadilho, virou uma máquina de fazer dinheiro.

O terceiro e o quarto filmes ultrapassaram a casa do bilhão de dólares em renda. A quinta narrativa da série, Transformers: O último cavaleiro, que estreia nesta quinta-feira, 20, em 1.246 salas brasileiras, ainda está na metade disso. Um mês depois do lançamento em dois de seus principais mercados, os Estados Unidos e a China, o longa arrecadou US$ 517 milhões. Não é pouca coisa, mas números modestos para uma produção que custou US$ 217 milhões e virou sinônimo de grandes bilheterias.

Sobre valores, há outro dado muito importante. Na estreia da franquia, em 2007, 45% do público era formado por norte-americanos. Neste filme mais recente, o público dos EUA corresponde a apenas 24% da audiência total.

Com a palavra, o diretor Michael Bay, que esteve no Brasil pela terceira vez para lançar um filme da franquia. ''É verdade que o público jovem vem, cada vez mais, usando pequenas telas para consumir audiovisual.

Isso tem a ver com a experiência do compartilhamento'', comentou, ao ser questionado sobre fazer um filme para a tela grande (Transformers 5 foi o primeiro longa rodado em câmeras Imax 3D) para o público que vem consumindo vorazmente em telas pequenas. ''Como se sabe, o mercado de cinema nos EUA vem caindo, mas continuamos a crescer no resto do mundo. E Transformers é o tipo de filme que só faz sentido numa tela grande.''

 

Para continuar mantendo o interesse – ''realmente acredito que o cinema não vai morrer'' – e fazer valer a experiência de sair de casa para ver um filme, são vários os artifícios, diz Bay. ''O som, o 3D, os efeitos... Temos que continuar criando mecanismos que só existem para a tela grande.''

 

Voltado para o público globalizado, o filme também deve atender às expectativas de gregos e troianos. Se o Transformers anterior, A era da extinção (2014), tinha Hong Kong como uma das principais locações, O último cavaleiro, até pelo próprio tema, não poderia ter outro cenário senão a Inglaterra.


BUMBLEBEE

Bay já havia confirmado que O último cavaleiro é seu derradeiro Transformers como diretor. Mas a franquia, mesmo que os números comecem a apontar certo desgaste, ainda promete algum pano pra manga.

Pelo menos dois longas já foram anunciados. O primeiro deles, previsto para o próximo ano, será um spin-off. Bumblebee, o robô amarelo dos autobots (que formam o grupo do bem de robôs-alienígenas), vai ganhar seu próprio filme. Menos ambiciosa do que Transformers, a produção será mais barata. O cineasta escolhido (Bay continua produtor) é Travis Knight, conhecido por dirigir a animação Kubo e as cordas mágicas (2016). Para 2019 foi anunciado Transformers 7, ainda sem diretor e elenco confirmados.

''Essa franquia fez, até agora, US$ 4 bilhões. É muita coisa.

O último filme (A era da extinção) fez mais de US$ 1 bilhão e fui apontado como o pior diretor. O pessoal da imprensa adora me perseguir, sempre foi assim porque fui bem-sucedido muito jovem. Dirijo filmes desde os 23 anos, sou um dos diretores que ajudaram a construir a linguagem do blockbuster atual. Então, não ligo se a imprensa gosta ou não. Faço filme para plateia de cinema. Até agora, foram 110 milhões de pessoas'', conclui.

 

EXPERIÊNCIA EXTENUANTE

Como continuar levando multidões ao cinema? Oferecendo ao público algo diferente. É o que propõe Michael Bay em Transformers: O último cavaleiro.

 

Assistir ao filme (aqui, o 3D realmente vale o preço do ingresso) é uma experiência. Que é longa (são duas horas e meia, média das produções anteriores), tem alguns momentos divertidos (por vezes nos pegamos rindo do ridículo da cena) e, decididamente, extenuante.

 

No filme, humanos e Transformers estão em guerra. Optimus Prime, o robô-líder, não está mais presente. A chave para evitar a aniquilação do planeta é o passado.

Dessa maneira, a história vai encontrar as respostas com Rei Arthur e o Mágico Merlin (!).

 

Dos personagens humanos, O último cavaleiro manteve, da sequência anterior, apenas o herói quixotesco Cade Yeager (Mark Wahlberg). Ainda voltou com dois da trilogia inicial: o coronel Eilliam Lennox (Josh Duhamel) e o agente Simmons (John Turturro). E trouxe três novas figuras de peso: um lorde inglês, autoridade em robôs alienígenas (Anthony Hopkins), uma professora da Universidade de Oxford (Laura Haddock, cópia de Megan Fox) e uma destemida garota-órfã, que, a exemplo de Yeager, vive entre robôs (Isabela Moner). A menina foi selecionada entre centenas de atrizes em um prosaico vídeo feito por ela mesma, em sua casa.

 

É tudo intenso. Explosões, brigas, falas rápidas. O som (ainda mais para quem assiste a uma cópia em Imax) é muito alto. Os efeitos visuais se sobrepõem de tal forma que o roteiro (e o interesse do espectador) se perde. Não que ele tenha importância nesta história improvável.

 

* A repórter viajou a convite da Paramount

 

Abaixo, confira o trailer de Transformers: O último cavaleiro:

 

 

 

 

 

.