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'Minha mãe é uma peça 2' aposta em gags e situações estapafúrdias

Longa estreia em mais 1 mil salas no país; o roteiro, no entanto, não se desenvolve bem e deixa a desejar em comparação ao filme anterior

Helvécio Carlos

Dona Hermínia está de volta em trama que trata da síndrome do ninho vazio. - Foto: Paprica Fotografia/Divulgação


Antes mesmo de a sessão começar, Minha mãe é uma peça 2 chega batendo recordes. O longa, que traz Paulo Gustavo em mais uma aventura como a querida dona Hermínia, estreia em exatas 1.040 salas de cinema pelo Brasil. Número quase três vezes superior ao lançamento do filme que deu origem à série há três anos. Naquela época foram apenas 410 salas.

Mas, se a primeira vista o número assusta, basta lembrar que tudo em torno da franquia é superlativo. O filme rendeu de bilheteria R$ 50 milhões. Nada mal para a única produção nacional que ficou entre as 10 mais vistas em 2013. Até aí, tudo bem. Mas a questão é: será que a continuação da comédia vai superar o original?.

Os problemas estão por todos os lados.
O mais grave é a crise econômica. Se no tempo das vacas gordas encarar cinema com direito a pipoca e refrigerante já tirava o humor de qualquer um, agora então está tudo os olhos da cara. Triplicar o número de salas é uma decisão arriscada. O público, que vem caindo, pode ficar pulverizado e acabar diluído. Mas isso, só o tempo dirá.

Em Minha mãe é uma peça 2, dona Hermínia não tem o que reclamar da renda mensal. Depois de chamar a atenção ao entrar ao vivo em programa de televisão no final do filme anterior, ela ganhou fama e acabou como apresentadora de TV. As mudanças na vida da mãezona para um por aí. As dores de cabeça com os filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier) continuam fortes.

O garoto e a irmã querem sair de casa. Ela se muda para São Paulo, onde pretende começar carreira de atriz. Hermínia sente na pele a síndrome do ninho vazio. Não bastasse, ela ainda tem que se virar para receber a irmã Lúcia Helena (Patrícia Travassos), que mora em New York e, mais doloroso, a perda da Tia Zélia (Suely Franco). Carlos Alberto (Herson Capri), ex da protagonista também continua em cena causando mais dores de cabeça.

Com tanta coisa para contar, o roteiro, ao contrário do filme anterior, não se desenvolve bem. Não traz novidade, não surpreende o público.

Perde, principalmente, pela falta de delicadeza que marcou – e muito bem – o longa anterior. Minha mãe é uma peça 2 segue pelo mesmo caminho das continuações de comédias que se tornam repetitivas e perdem, sem seu trunfo principal, a graça. Hermínia é uma personagem bem criada, mas na telona mostra que pode virar mais do mesmo sem o roteiro que fuja dos chavões, sem perder o humor. O filme deixa claro que um terceiro deve pintar por aí. É torcer para que dona Hermínia volte e surpreenda os fãs.

O longa tem direção de César Rodrigues e reúne no elenco Alexandra Richter, Samanta Schutz, Malu Valle e Bruno Bebianno.

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