Remake dos anos 1990, 'Caçadores de emoção' volta às telas em 3D

Apesar dos ganhos trazidos pela tecnologia, roteiro continua fraco. O ator Edgar Ramirez assume o papel que foi de Patrick Swayze

por Helvécio Carlos 28/01/2016 09:28
Warner Bros / Divulgação
Luke Bracey faz o papel do poliatleta Utah, agente do FBI (foto: Warner Bros / Divulgação)
Sucesso nos anos 1990, não necessariamente devido ao roteiro de qualidade, Caçadores de emoção (Point break) ganha refilmagem que chega hoje aos cinemas de BH. O antigo longa fez sucesso contando as aventuras de Utah (Keanu Reeves), detetive do FBI de olho no envolvimento de Bodhi (Patrick Swayze) em uma série de assaltos. O charme da dupla provocava suspiros, as fãs lotavam os cinemas e não se cansavam de rever o filme em casa, com as amigas, no bom e velho DVD player. Os garotos também curtiam toda aquela adrenalina.

Vinte e cinco anos depois, mudaram tanto o público quanto a forma como as histórias são contadas na tela. O remake Caçadores de emoção – além do limite ganha com a tecnologia do século 21, mas não se livrou do roteiro fraco. Se na década de 1990 Bodhi era só coragem e adrenalina à prova no universo do surfe, agora ele e os amigos fazem o diabo. As cenas em alto-mar, com direito a ondas surpreendentes, são de tirar o fôlego. Na versão 3D, o visual é mais incrível ainda. Dá até vertigem, em alguns momentos. Mais ou menos a mesma sensação de quem curtiu, nos anos 1990, as emoções de filmes exibidos em 180 e 360 graus.

Ao contrário do Bodhi noventista, o personagem agora interpretado por Edgar Ramirez não passa o tempo todo no mar. Escala montanhas (a cena final é chocante) e salta com wingsuit, aquele macacão alado usado em voos de alta performance. Também se atira de paraquedas depois do assalto a um avião de carga. Outra cena de tirar o fôlego.

Mas a vida não é só aventura. Bodhi e seus amigos têm a meta de cumprir oito desafios em aventuras radicais – tudo em busca de “enriquecimento espiritual”. Como Bodhi diz, “é uma forma de salvar a Terra dos estragos que ela vem sofrendo”. Ele divide a cena com Utah (Luke Bracey), um poliatleta que, depois de perder um amigo em acidente nas montanhas, entra para o FBI e é indicado para a missão de descobrir o que há por trás de crimes intrigantes.



AVIÃO Os dois primeiros desafios – o assalto a uma mina de diamante, na África, com direito a máscaras que foram a marca registrada na primeira versão, e o roubo de um avião no México, com toneladas de dólares lançadas ao ar – dão esperança de que veremos um filmaço de aventura. Mas os diálogos são ruins, com frases capazes de deixar ruborizados os piores autores de livros de autoajuda. Papo ruim de doer, roteiro pior ainda. Além disso, o casal formado por Utah e Samsara (Teresa Palmer) não tem consistência, não convence.

Para quem curte esportes radicais, é bom lembrar: a lista de dublês inclui um time de primeira de atletas radicais. Entre eles estão os surfistas Laird Hamilton, Sebastian Zietz, Makua Rothman, Billy Kemper, Brian Keaulana, Ahanu Tson-dru, Ian Walsh, Laurie Towner, Dylan Longbottom, Albee Layer, Bruce Irons, Tikanui Smith e Tuhiti Humani; os snowboarders Xavier De Le Rue, Louis Vito, Christian Haller, Lucas DeBari e Ralph Backstrom; os skatistas Bob Burnquist e Eric Koston; os motociclistas Riley Harper e Oakley Lehman; e os pilotos dublês de wingsuit Jon Devore, Julian Boulle, Noah Bahnson, Jhonathan Florez e Mike Swanson.

Entre os DJs, Steve Aoki, Seth Troxler e a dupla Art Departament comparecem na trilha sonora, além do comentarista esportivo e apresentador de TV Sal Masekela. Mas Caçadores de emoção – Além do limite será mais lembrado como programa de canal de esportes do que propriamente um filme.

COTAÇÃO
Caçadores de emoção – além do limite
REGULAR

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