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Atriz mineira Andréia Horta encara dupla jornada na TV e no cinema

Ela interpreta a pimentinha Elis Regina, em longa-metragem dirigido por Hugo Prata e também terá papel em Liberdade, liberdade, próxima novela das onze da Globo, programada para ir ao ar em abril

Ana Clara Brant
Andréia Horta cortou os cabelos para interpretar no cinema a cantora Elis Regina - Foto: Globo Filmes/Divulgação
Elis Regina é considerada uma das maiores cantoras da história da música brasileira. A Pimentinha, como era conhecida, foi uma mulher à frente do seu tempo, com uma personalidade marcante e que nunca teve medo de dar a cara a tapa. Joaquina, filha de Tiradentes, o maior símbolo da Inconfidência Mineira, foi também uma figura feminina de destaque que lutou pelos seus ideais, no século 18. As duas vão ganhar vida no cinema e na TV em 2016, interpretadas pela mineira Andréia Horta, de 32 anos. “Elis tinha uma liberdade artística e uma voz muito ativa em vários aspectos, inclusive politicamente. E falava o que pensava”, ressalta a atriz. “E a Joaquina vem lutar pela liberdade de um povo, do Brasil, e era muito forte também”, completa. “Estou muito orgulhosa e honrada como artista e cidadã de poder interpretar essas duas personagens com históricos de luta, cada uma à sua maneira.”


Se a missão de encarnar a Pimentinha será no cinema, num longa-metragem dirigido por Hugo Prata e que deve estrear em maio, Joaquina será o papel de Andréia na próxima “novela das onze” da Globo: Liberdade, liberdade, com direção de Vinicius Coimbra e programada para ir ao ar em abril.
O filme, que conta com Gustavo Machado na pele de Ronaldo Boscôli, Caco Ciocler como César Camargo Mariano e Lúcio Mauro Filho como Miéle, narra a trajetória de Elis Regina desde sua chegada ao Rio de Janeiro com 19 anos até sua morte trágica e precoce, em 19 de janeiro de 1982, em São Paulo, aos 37 anos.


Andréia conta que sempre foi fã de carteirinha da cantora gaúcha, daquelas que colecionava revistas, livros, discos e sempre desejou interpretá-la algum dia. O acaso acabou ajudando a atriz a conquistar o papel. Quando ainda estava gravando a novela Império, em que fazia a designer de joias Maria Clara, filha do Comendador (Alexandre Nero) e de Maria Martha (Lília Cabral), ela passou no teste para a mocinha Toia, de A regra do jogo. O filme de Elis começava a engatar, mas as datas do cronograma de produção coincidiam. “Ia ter apenas duas semanas para me preparar e não achava isso justo. Era inconcebível e desrespeitoso fazer a minha Elis nesse curto espaço de tempo e tive que abrir mão do projeto”, lembra.

Males para o bem Pouco tempo depois, a Globo acabou mudando os rumos da novela de João Emanuel Carneiro. Murilo Benício, escalado inicialmente para ser o protagonista Romero Rômulo, deixou a trama e em seu lugar entrou justamente Alexandre Nero, que havia sido pai de Andréia Horta em Império. “A emissora não achou conveniente eu e o Alexandre fazermos um casal, já que há pouco tempo a gente tinha sido pai e filha, e então eu fui afastada da novela. Com isso, como a produção de Elis ainda não havia selecionado ninguém para o papel, voltei para o longa. Era para ser mesmo. Não tinha jeito”, comemora.

Na ocasião, o produtor Nelson Motta, roteirista do espetáculo Elis, a musical e que fez o primeiro roteiro da cinebiografia da artista ao lado de Patrícia Andrade, declarou ao Estado de Minas que sua preferida para viver a mãe de Maria Rita, Pedro Mariano e João Marcelo Bôscoli era justamente Andréia. “Ela é excelente atriz e tem a vantagem de ser fã de Elis Regina desde garotinha, daquelas de álbum de recortes, que sabe todas as suas histórias e todos os discos”, justifica Nelson Motta.

Mineira de Juiz de Fora, na Zona da Mata, Andréia mergulhou de cabeça na nova empreitada. Além de se aprofundar ainda mais na biografia de Elis, ela fez aulas de canto e expressão corporal e até cortou os cabelos bem curtos para ficar parecida com sua personagem.
“Durante os ensaios e nas gravações, até cheguei a sonhar com ela. Porque eu vivi Elis intensamente. Nosso encontro foi ficando cada vez mais profundo. É a realização de um sonho e um dos papéis mais importantes da minha carreira até hoje, sem dúvida”, reconhece a atriz.

Mineirês Conhecida do grande público desde que encarnou uma personagem histórica mineira, Márcia Kubitschek, filha do presidente Juscelino, na minissérie JK, em 2006, Andréia fez outro papel de raízes mineiras quatro anos depois, no seriado A cura, que se passava em Diamantina. Agora, ela vai fazer sua primeira protagonista na TV, mais uma vez com um pé no seu estado natal, a filha de Tiradentes. “Fico muito feliz, porque sou bem mineira, tenho muito orgulho disso. Minas está dentro de mim. Sou nascida e criada em Minas, graças a Deus.”

Morando há nove anos no Rio de Janeiro por causa do trabalho, Andréia conta que vai com certa frequência a Juiz de Fora visitar a família e os amigos, até porque a distância não é muito grande, apenas 180 quilômetros. E apesar de estar há quase uma década convivendo com o carioca, ela ainda carrega um pouco do “mineirês”. “Não tem jeito, né? Acho que, além do jeitinho de falar, o que tenho de mais mineiro é a discrição.
Sou muito reservada, a tal come-quieta”, brinca.

Por falar em Elis

A história da Pimentinha também vai parar na televisão. O autor Gilberto Braga pretende escrever uma minissérie de 10 capítulos sobre Elis Regina. O projeto foi aprovado e está previsto para janeiro de 2018, na Globo. Gilberto vai repetir a parceria com o diretor Dennis Carvalho, que no teatro dirigiu Elis — A musical.

Andréia na tv
» 2006 JK
» 2007 Alta estação
» 2008 Alice
» 2008 Chamas da vida
» 2010 Alice
» 2010 A cura
» 2011 Cordel encantado
» 2012 Amor eterno amor
» 2013 Sangue bom
» 2014 A teia
» 2015 Império
» 2016 Liberdade, liberdade


E no cinema

» 2010 Muita calma nessa hora
» 2014 Muita calma nessa hora 2
» 2016 Elis.