Poeta lituano Tomas Venclova participa do Festival de Artes

Autor comenta laços fortes entre Brasil e Lituânia na literatura

por Ailton Magioli 10/09/2015 11:15

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Stanford/divulgação
Tomas Venclova está em Minas (foto: Stanford/divulgação)
Música, teatro, cinema, artes plásticas e literatura integram a programação do Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, que começa hoje na cidade histórica mineira, reunindo atrações nacionais e estrangeiras. A Lituânia vai marcar presença por meio do poeta Tomas Venclova. Essa república báltica mantém forte relação com o Brasil desde os anos 1920, quando aqui se estabeleceu uma comunidade representativa de lituanos, cuja presença se reflete, especialmente, na literatura.


“Petras Babickas, um grande autor de nosso país, viveu e morreu no Rio de Janeiro, enquanto o poeta Venancijus Alisas escrevia sobre a cidade e Povilas Gaucys traduzia poemas brasileiros para a nossa língua”, recorda Tomas Venclova. Este ano, o segmento literário do Artes Vertentes privilegiará a poesia.

Até domingo, Venclova participará de leituras e sessões de autógrafos no Centro Cultural Yves Alves, Largo do Rosário e Sobrado Quatro Cantos. Além dos próprios livros, ele vai autografar a antologia com participação dos poetas presentes no evento.

“A multiculturalidade é algo em comum entre o Brasil e a Lituânia”, afirma o escritor, lembrando que enquanto a arte de seu país tem fortes ligações com as culturas polonesa, judia, alemã e russa, a brasileira prima pela herança africana e europeia. “Somos próximos também por causa da herança do catolicismo e do barroco”, acrescenta.

CLARICE Jorge Amado e Paulo Coelho são os autores brasileiros mais conhecidos na Lituânia. Porém, Tomas Venclova demonstra mais interesse pela escrita de Machado de Assis, Mario de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Jorge de Lima. Mais recentemente, o poeta lituano tomou conhecimento da obra de Clarice Lispector, na qual pretende se aprofundar.

“A literatura brasileira é um fenômeno sério, grande e brilhante”, afirma Venclova, que também elogia a natureza, arquitetura e herança indígena do país, das quais tomou conhecimento por meio dos livros do antropólogo Claude Lévi-Strauss.

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