Um filme como esse tem que ser muito original para funcionar, o que não é o caso. Percebe-se uma intenção de aproximação com o universo dos Irmãos Coen, mas o carisma dos personagens não têm a força das figuras de 'O grande Lebowski', 'Onde os fracos não têm vez' ou 'Fargo'. Falta aquele senso de ritmo que criaria um clima absurdo. O único ator que quase salva o conjunto é o esquisito Mark Boone Junior.
O resultado é meia-bomba, algo que não poderia acontecer em uma obra com esse perfil pitoresco. Falta uma pegada mais agressiva. Tudo fica leve demais, no meio do caminho entre o nonsense e a simplicidade. Se o visual fosse mais econômico, talvez a ação fluisse melhor, mas o artificialismo não contribui com a narrativa costurada por coincidências improváveis e desencontros do acaso.
No fim das contas, 'Sem direito a resgate' vira um passatempo inofensivo, como uma tentativa de gourmetização da literatura pulp.
Observação:
Não confundir com 'Cake' (ainda inédito no Brasil, com estreia prevista para abril), que fez Jennifer Aniston ser indicada ao Globo de Ouro.