Festival de Berlim centra foco em 'mulheres fortes'

Sangue azul, do pernambucano Lírio Ferreira, inicia participação brasileira na mostra alemã

por Carolina Braga 06/02/2015 00:13

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John MacDougall
A atriz francesa Juliette Binoche, que está no filme de abertura da Berlinale (foto: John MacDougall)

O novo filme do diretor pernambucano Lírio Ferreira, Sangue Azul, foi o primeiro brasileiro a marcar presença no 65º Festival de Berlim, que começou ontem e vai até o próximo dia 15. Sangue Azul estreou na mostra Panorama. Serão seis sessões do longa, que no Brasil venceu festivais como o do Rio e de Paulínia. Também integram a Panorama, Ausência, de Chico Teixeira e Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert.

Hoje o destaque brasileiro será Beira-mar, dos gaúchos Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, produção ainda inédita por aqui. Ele é um dos candidatos ao Teddy Award, prêmio entregue aos filmes com temática gay. No ano passado, Hoje eu quero voltar sozinho, de Daniel Ribeiro, foi o vencedor. Os ingressos para a prmière de Beira-mar na capital alemã se esgotaram em poucas horas.

 Beira-mar é o filme de estreia da dupla de Porto Alegre. A trama é sobre um fim de semana na vida de dois amigos, papéis de Mateus Almada e Maurício José Barcellos. Eles estão isolados em uma casa de vidro, à beira-mar no inverno do Rio Grande do Sul. São dois dias que mudarão o relacionamento deles para sempre. O longa é em parte autobiográfico.

De acordo com o diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, o festival pretende destacar filmes de "mulheres fortes que enfrentam situações extremas". Por isso, a abertura exibiu Nadie quiere la noche, da diretora espanhola Isabel Coixet. Ela é a segunda mulher na história do festival a ter um filme escolhido para a inauguração. “Eu espero não ser a última”, brincou a diretora.

No longa, Juliette Binoche interpreta Josephine, esposa do explorador polar americano Richard Peary, que sai em busca do marido no gelo ártico após vários meses sem notícias, antes de descobrir que outra mulher, Allaka (Rinko Kikuchi) também esperava por ele. Para Binoche, o processo de descobrimento da personagem demandou uma entrega maior. "Comecei como um pavão e terminei o filme como um cão, de quatro", comentou.

Durante a conversa com a imprensa, a equipe do filme contou como foi rodar cenas nas gélidas paisagens da Noruega e da Bulgária. “É muito mais divertido trabalhar na Bulgária. As pessoas são gentis e o café também é mais gostoso”, disse Coixet. Binoche brincou: “Sobreviver no Pólo Norte sem lenço só na ficção”.

 

Dirigir, para as mulheres,  é como uma estrada lotada de pedras.  Eu só gostaria que fossem as mesmas pedras que as dos homens - Isabel Coixet, cineasta

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