Cinema

Longa 'O menino do espelho' estreia no festival Cine PE

Exibição no festival antecede a estreia do filme no circuito comercial, marcada para junho

Carolina Braga

O garoto Lino Facioli vive Fernando, em 'O menino no espelho'
Recife – Foram sete anos de projeto e agora é chegado o momento do frio na barriga. “Aquele cinema é gigante. A gente sempre fica assustado quando chega lá na frente”, revela o diretor Guilherme Fiúza. É o que ele fará nesta quarta-feira, na estreia de 'O menino do espelho', longa baseado no livro de Fernando Sabino. A escolha do Cine PE foi estratégica.


'O menino do espelho' ficou pronto há 15 dias. Com estreia no circuito comercial marcada para 19 de junho, o festival realizado no Recife seria o único capaz de abrigá-lo antes do lançamento. Há também uma questão de público. A plateia pernambucana é conhecida como volumosa e aberta a esse tipo de proposta. “É um filme de caráter família, muito voltado para o público infantojuvenil. No Brasil não tem muitas produções nesse gênero”, comenta o diretor.

 

Mateus Solano e Regiane Alves são algumas estrelas do elenco, protagonizado pelo pequeno Lino Facioli. É ele – que também tem no currículo uma ponta na cultuada série Game of thrones –, quem dá vida a Fernando, o garoto que sonhava ter um sósia e um belo dia vê seu desejo realizado. A história se passa na Belo Horizonte dos anos 1930. Guilherme Fiúza conta que evitou fazer um filme nostálgico. 'O menino do espelho' é, sim, emotivo. “O cinema que tento fazer é aquele que emociona, que toca, que comove.”


Documentários Segunda-feira foi noite de cinema vazio no Cine Teatro Guararapes, em Olinda. O documentário 'E agora? Lembra-me', do português Joaquim Pinto, foi um teste de paciência. Em quase três horas de duração, o diretor compartilha com o público as sensações e visões sobre o próprio cotidiano, durante o teste de novas drogas para tratamento da hepatite C. Não se trata de um filme médico, mas de memórias.

 

Joaquim não tem a menor pressa em nos apresentar como encara a própria rotina. É como se a repetição dos ciclos também contasse algo ao espectador: o quanto a vida é circular. 'E agora? Lembra-me' tem longos silêncios, planos estáticos e duradouros. Praticamente não há diálogos. É o próprio Joaquim quem narra o diário.


O último filme da noite foi o documentário pernambucano 'Corbiniano', sobre o artista plástico José Corbiniano Lins. Ao lado de Francisco Brennand e Abelardo da Hora, é considerado um dos ícones da arte em escultura do estado. É nítido o quanto o filme dirigido por Cezar Maia deseja homenagear seu personagem, mas o faz de uma maneira tradicional e bairrista, já que todos os entrevistados são conterrâneos.

 

* A repórter viajou a convite do Cine PE