Sônia Braga vai receber o Prêmio Platino de Honra, em reconhecimento à sua trajetória internacional

Prêmio Platino del Cine Iberoamericano será promovido neste sábado, na Cidade do Panamá

por Gracie Santos 04/04/2014 08:00

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Prêmio Platino/Divulgação
(foto: Prêmio Platino/Divulgação)
O Brasil não conseguiu emplacar um filme na disputa principal do Prêmio Platino del Cine Iberoamericano, que terá sua primeira edição neste sábado, no Teatro Anayansi, na Cidade do Panamá. Estão na disputa 'Gloria' (Chile); 'Heli' (México); 'La jaula de oro' (México); 'Wakolda' (Argentina); 'Las brujas de Zugarramurdi' (Espanha); 'Roa' (Colômbia) e 'Vivir es fácil con los ojos cerrados' (Espanha). Ainda assim, o país vai marcar presença na festa que reúne a produção de Espanha, Portugal e América Latina: a atriz Sônia Braga, que vive em Nova York (EUA), já confirmou presença para receber o primeiro Prêmio Platino de Honra, em reconhecimento à sua trajetória internacional.

Rodrigo Santoro também vai circular pelo tapete vermelho, que terá estrelas do porte dos argentinos Ricardo Darín e Cecília Roth, da espanhola Victoria Abril, do mexicano Gael García Bernal, da colombiana Angie Cepeda e da chilena Paulina García (a aclamada protagonista de Glória). Na disputa por um troféu Platino, duas produções brasileiras: a animação 'Uma história de amor e fúria', de Luiz Bolognesi, e o documentário 'O dia que durou 21 anos', de Camilo Galli Tavares. A relação completa está no site www.premiosplatino.com. A premiação, que começa às 22h (horário de Brasília), será transmitida pelo Canal Brasil a partir da 0h15 (madrugada de sábado para domingo).

“Criar e cultivar um star-system iberoamericano e potencializar a indústria de coproduções entre nossos países, já que nossas cinematografias costumeiramente se dão as costas”, é a proposta do Prêmio Platino, como declara o presidente da primeira edição do evento, Miguel Ángel Benzal. A premiação foi criada com a união de duas importantes associações que congregam Espanha, Portugal e América Latina: a Federação Ibero-americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais (Fipca) e a Sociedade Gestora de Direitos da Produção Audiovisual Ibero-americana (Egeda).

Até chegar aos concorrentes da noite de amanhã, o Prêmio Platino passou por pré-seleção feita pelo colegiado da Fipca-Egeda e, depois, por júri de 15 profissionais especializados, incluindo críticos de cinema. A eleição dos vencedores será feita por júri de sete integrantes. Mais: a premiação que começa no Panamá será itinerante e o Brasil será um dos futuros países a abrigar a festa. Os organizadores, entre os quais Algustín Almodovar (produtor e irmão do cineasta espanhol Pedro Almodóvar), estudam a possibilidade de o festival incluir futuramente a produção latina feita nos EUA.

Brasileiros


A animação 'Uma história de amor e fúria', de Luiz Bolognesi, com narração de Selton Melo e Camila Pitanga e participação de Rodrigo Santoro, conta a história de um homem com quase 600 anos, que acompanha a história do Brasil enquanto procura a ressurreição de sua amada Janaína. Ele enfrenta as batalhas entre tupinambás e tupiniquins, antes de os portugueses chegarem ao país, e passa pela Balaiada e o movimento de resistência contra a ditadura militar, antes de enfrentar a guerra pela água, em 2096.

Já o documentário 'O dia que durou 21 anos', de Camilo Tavares, narra a história do ex-preso político Flávio Tavares, um dos brasileiros trocados pelo embaixador Charles Elbrick. Flávio entrevista fontes norte-americanas e brasileiras e demonstra que a participação dos Estados Unidos no golpe de 1964 foi muito maior do que se pensava.

Análise da notícia

A proposta do Prêmio Platino é, antes de tudo, promover internacionalmente o cinema ibero-americano em seu conjunto, transcedendo fronteiras quase sempre demarcadas pela produção norte-americana. A ideia é celebrar tradições e culturas hermanas, mas a premiação certamente vai contribuir também para a preservação dessa cinematografia, permitindo ainda que ela circule na região. Assim, com a distribuição “garantida” (claro que ainda há muito o que fazer), o brasileiro vai conhecer o cinema colombiano, cubano, mexicano... e vamos parar de brincar dizendo que Ricardo Darín é o único (e competente) ator argentino.  

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