Cinema

Estreia segundo filme de Percy Jackson, inspirado na mitologia grega

Percy Jackson pede licença ao Olimpo e recria história de heróis de outros tempos. O ator Logan Lerman é quem assume o papel-título

Carolina Braga

Percy Jackson (Logan Lerman) e a amiga Annabeth (Alexandra Daddario) querem encontrar o velocino de ouro
Os estudiosos da mitologia grega podem até torcer o nariz. Afinal, um filme adolescente sobre aventuras de semideuses certamente envolve licenças na tradição do Olimpo. Se você faz parte daqueles que se incomodam com isso, não leve as coisas tão a sério. Basta encarar de outro modo: trata-se, não apenas de renovação dos mitos, mas a criação de outros. É essa a ideia central da série de livros de Rick Riordan e, consequentemente, dos filmes envolvendo o personagem Percy Jackson.


Na segunda adaptação para a telona, Percy Jackson e o mar de monstros, o personagem título (Logan Lerman) carrega o dilema hamletiano: ser ou não ser um herói, eis a questão. É a partir desse embate que a trama se desenrola. O herdeiro humano de Poseidon duvida de sua capacidade de salvar seus pares. Mesmo assim, embarca em missão com os amigos Annabeth (Alexandra Daddario), Grover (Brandon T. Jackson) e o irmão cíclope Tyson (Douglas Smith), na tentativa de garantir a segurança do refúgio dos semideuses.

O lance é encontrar o velocino de ouro, uma espécie de manto sagrado capaz de ressuscitar o pior inimigo e mesmo reconstruir as fronteiras do acampamento onde vivem. A jornada, dirigida por Thor Freudenthal (Diário de um banana e Um hotel bom pra cachorro), envolve visita a Washington D.C, ao litoral da Flórida além, claro, do temido Mar de Monstros, mais conhecido entre nós como o Triângulo das Bermudas. Tal como em uma das cenas clássicas de Pinóquio, rolam até alguns momentos dentro na barriga de uma baleia.

Embora as atuações não chamem muita atenção, nem mesmo os diálogos – o que, aliás, é comum em filmes desse gênero – as sequências de perseguição e as magias encontradas ao longo do caminho prendem o espectador. Em meio a uma luta com um touro mecânico em chamas, a viagem em um táxi maluco e até duelo com gigante, os 106 minutos passam sem que se perceba.

Mesmo sendo uma continuação, não é preciso que o espectador tenha visto o filme anterior para embarcar na onda. Tanto os detalhes da mitologia como a origem dos poderes dos semideuses e suas respectivas profecias são explicadas sem didatismo ou recapitulação explícita.

Descontado o uso dos efeitos especiais – que já se esperava ser surpreendente –, pequenas sutilezas no roteiro assinado por Marc Guggenheim (Lanterna verde) chamam a atenção. Por exemplo, o herdeiro do Deus Baco, Mr. D (Stanley Tucci) se transformou em um bem-humorado colecionador de vinhos. Outro destaque é a mistura de linguagens. A sequência feita em animação em que o oráculo conversa com Percy Jackson é de encher os olhos.

Cotação: Bom

Assista ao trailer do filme: