Estreiam em BH documentários sobre o lixão do Morro das Pedras e a trajetória de Cláudia Wonder

Filmes ficarão em cartaz até dia 8

por Walter Sebastião 02/08/2013 06:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Marcelo Reis/divulgação
Moradora do Morro das Pedras, dona Wilma é personagem do documentário 'Aterro', que estreia em BH (foto: Marcelo Reis/divulgação)
Dois documentários estreiam hoje no Cine 104, em BH: Aterro, de Marcelo Reis, e Meu amigo Cláudia, de Dácio Pinheiro. O primeiro é sobre a situação do Morro das Pedras, que por 50 anos recebeu o lixo da capital mineira. O outro fala da transexual Cláudia Wonder (1955 –2010). Escritora e atriz, foi pioneira na luta pelos direitos da população LGBT, formada por lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.


Até 1975, funcionou o lixão no Morro das Pedras, Região Oeste de BH. Ele só foi fechado depois de tragédia causada por explosão e deslizamentos. O educador Marcelo Reis chegou à área para trabalhar com oficinas de vídeo, pesquisou a história e rodou Aterro.

“Recupero o que ocorreu no Morro das Pedras para falar da questão do lixo em BH. O civilizado é reciclar, e não pôr lixo debaixo da terra”, avisa o diretor. Os fatos são apresentados por sete mulheres que testemunharam a tragédia e ainda moram na região. “Faço filmes sobre questões urbanas”, explica Marcelo.

SP Meu amigo Cláudia é misto de biografia e memória de uma época. A personagem se vestia de mulher desde os 15 anos, foi roqueira e estrela da casa noturna paulistana Madame Satã. O diretor Dácio Pinheiro diz que Cláudia Wonder teve papel importante na luta pelos direitos da população LGBT, sobretudo no momento em que travestis eram assassinados pela polícia. “A Aids, considerada peste gay, trazia muitas perseguições”, recorda.

“Cláudia era intensa, alegre e sempre disposta a brigar pelos direitos dela, mas sem ser panfletária. Apresentava suas opiniões e pontos de vista em músicas, artigos e peças”, relembra Dácio Pinheiro. A transexual fez parte do grupo Oficina, dirigido José Celso Martinez, e lutou pela criação da Coordenação de Diversidade Sexual da Prefeitura de São Paulo.

O filme é o primeiro longa de Dácio Pinheiro. Surgiu a partir de um vídeo, lançado em 2003, sobre a transexual. O título vem de uma crônica do escritor Caio Fernando Abreu, amigo da artista. O diretor tem novos projetos, entre eles uma obra de ficção sobre o contexto LGBT durante a ditadura militar.

Em tempo: Cláudia Wonder passou também por BH. De guitarra em punho, ela fez show no antigo Cabaré Mineiro, cantando Walk dark side, de Lou Reed.

CONFIRA


ATERRO
De Marcelo Reis. Sexta-feira, às 21h, o diretor participa de sessão comentada. Em cartaz até dia 8, às 21h (exceto 2ª feira)

MEU AMIGO CLÁUDIA  
De Dácio Pinheiro. Em cartaz até dia 8,
às 19h30 (exceto segunda-feira)

>> Cine 104, Praça Rui Barbosa, 104, Centro, (31) 3222-6457. R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

MAIS SOBRE CINEMA