Comédia brasileira 'Odeio dia dos namorados' estreia em Belo Horizonte

Workaholic, Débora, personagem de Heloísa Perissé, só quer saber de trabalhar

por Carolina Braga 07/06/2013 06:00

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Agência Febre/Divuglação
Heloísa Perissé e Marcelo Saback mostram sintonia em 'Odeio dia dos namorados' (foto: Agência Febre/Divuglação)
É natural esperar de um filme chamado Odeio Dia dos Namorados uma trama adocicada, recheada de clichês românticos e referência à data em que os apaixonados reafirmam a escolha de estar juntos. Ainda mais se for uma comédia. Mas a nova investida no gênero do diretor Roberto Santucci, responsável por sucessos de bilheteria como De pernas para o ar e Até que a sorte nos separe, consegue escapar desse lugar-comum. Não se trata simplesmente de uma comédia besta.

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Embora tenha o Dia dos Namorados como mote, o roteiro de Paulo Cursino (também responsável pelas histórias dos filmes anteriores de Santucci) ironiza um estilo de vida, diga-se de passagem, bastante comum na acelerada vida moderna. A figura que larga tudo em prol do trabalho, não importando o custo que isso terá.

No caso de Odeio o Dia dos Namorados, o riso vem da crítica que o filme faz ao cardápio de clichês que nos cercam, principalmente no que tange à vida amorosa. Heloísa Pèrissé é Débora, publicitária que abriu mão de uma história de amor “bem bonitinha” com Heitor (Daniel Boaventura) para investir na carreira. O longa começa com a negativa dela ao pedido de casamento do rapaz, justamente em um Dia dos Namorados. Quinze anos mais tarde, já ocupando posto importante no departamento de criação de uma agência, Débora se vê diante do desafio de elaborar uma campanha para o 12 de junho. O cliente é justamente o ex.

Na ansiedade típica de uma workaholic, ela se envolve em um acidente minutos antes de apresentar as primeiras ideias. É quando aparece Gilberto (Marcelo Saback), falecido colega da agência, uma espécie de anjo da guarda que obriga a amiga a rever a própria vida. Visitam o passado da publicitária em busca do diagnóstico de tanto amargor. Passam pela adolescência, o primeiro beijo, a relação complicada com os pais, com os colegas de trabalho e, claro, com os homens.

Em termos de estrutura, Odeio Dia dos Namorados é convencional. No elenco, destaque para o jogo entre Heloísa Perissé e Marcelo Saback. Amigos na vida real, conseguiram levar para o filme a sintonia. Ele, o típico provocador com piadas ácidas e ela a bem-sucedida armada. Daniel Boaventura não vai além do bom moço não correspondido e Daniele Winits tampouco surpreende como delegada durona.

Já o elenco de apoio, com nomes veteranos como André Mattos (imbatível em qualquer comédia) e Fernando Caruso, além das revelações como as atrizes Daniele Valente e Júlia Rabello, contribui com o clima irônico do longa. MV Bill, cada vez mais atacando em várias frentes, reforça o papel do policial fortão na pele de Tonhão.

Há tempos a comédia – muitas vezes de riso apelativo – tem mostrado o poder de fogo na bilheteria brasileira. Odeio Dia dos Namorados tem todos o requisitos não apenas para corresponder a essa expectativa. É sim exemplar para o puro entretenimento, mas também mostra que a pretensão de divertimento nem sempre se vincula à tolice.

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