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Enredo simples de filme impecável em todos os aspectos. Dois deles valeram prêmios a 'Além das montanhas' no Festival de Cannes de 2012: melhor roteiro e melhor atriz, esse concedido a Cosmina Stratan e a Christina Flutur. A estrutura dramática, em toda a sua extensão (da história aos diálogos, passando pelo desenho dos personagens) de fato é ponto forte em um filme que busca (e consegue) puxar reflexão apenas com exercício ficcional claro, sólido e conciso. É uma história envolvente, com reviravoltas, sem apelo ao emocionalismo, com tom e ritmo narrativos que crescem até a última cena. E, aspecto que dá sabor especial ao filme, nenhum dos personagens é reduzido a caricatura, pré-julgado ou desumanizado.
Impressionante são a afinação, a harmonia e a integração de história contundente, ótima atuação de todo elenco e iluminação difusa. A fotografia, trabalhando a meia distância, traz sentimento de incômoda intimidade com o mostrado. Recursos modulados com tal rigor e expressividade, que revelam diretor de fina “escrita” cinematográfica. 'Além das montanhas' é drama que coloca o espectador, o tempo todo, diante de questões éticas. Não acusa, prefere compartilhar, com franqueza, dúvidas, preocupações, observações sobre a vida no mundo contemporâneo. É filme sobre muitos temas e, especialmente, sobre as dores da “alma” humana que remédios ou exorcismos não aplacam.
O diretor de 'Além das montanhas' é o romeno Cristian Mungiu, de 44 anos. Ele é formado em literatura, foi professor, atuou como jornalista antes de se formar em cinema. Ganhou a Palma de Ouro em Cannes, em 2007, com o filme '4 meses, 3 semanas e 2 dias' (2007). Sobre o cinema que faz, explicou que oferece sinais, dados, pistas, deixando que o espectador tire suas conclusões. Em entrevista ao 'The Guardian' andou defendendo que a Romênia precisa construir mais cinemas e menos igrejas.
Assista ao trailer do filme: