Misto de suspense e horror, Mama se perde em excessivos efeitos especiais

Filme peca por não conseguir mesclar bem dois gêneros: suspense e terror

por Sérgio Rodrigo Reis 05/04/2013 08:00

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Universal Pictures/Divulgação
Isabelle Nélisse é Lilly e Megan Charpentier, Victoria, no filme Mama (foto: Universal Pictures/Divulgação)

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Um homem perturbado pela situação financeira cada vez mais complicada da família decide matar os próprios sócios e a esposa e, depois, fugir com as duas filhas. Em meio a uma intensa nevasca e dirigindo em alta velocidade pela estrada, ele acaba perdendo o controle do carro e caindo numa ribanceira.

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Felizmente, os três se salvam. Após caminhar durante horas na floresta, eles encontram uma cabana abandonada. Lá, ainda atormentado pelo ocorrido, ele se deixa dominar pelo mais macabro dos sentimentos. Decide pôr fim à vida de todos à sua volta. Mas, quando aponta o revólver para uma das filhas, uma força maligna aparece para detê-lo, começa então a saga das garotas, à mercê do desconhecido.


É este o enredo de 'Mama', que, se bem realizado, poderia até se tornar bom filme de horror. Não é o que ocorre. A produção, dirigida por Andrés Muschietti e baseada em um curta homônimo, de 2008, do mesmo diretor, peca por não conseguir mesclar bem dois gêneros: suspense e terror. Enquanto o que está em cena é o mistério sobre como as duas meninas sobrevivem cinco anos sozinhas na floresta, numa cabana abandonada, o filme funciona bem. Mas quando finalmente o mistério se revela e vem à tona a história da estranha entidade chamada Mama, com quem as duas conversam todas as noites, a situação se complica. Personificada por uma espécie de fantasma, que mais parece a figura de um ser extraterrestre, Mama não convence ninguém de sua existência.


O filme é o típico exemplo de como efeitos especiais podem jogar por terra toda uma produção. O roteiro é interessante para longas do gênero, as atrizes mirins são excelentes – Megan Charpentier, de 10 anos, dá vida a Victoria e Isabelle Nélisse, de 8, faz a irmã caçula, Lilly –, assim como o casal de tios das meninas, Annabel e Lucas, interpretados por Jessica Chastain e Nikolaj Coster-Waldau.


Mas eis que entram os efeitos especiais bastante deslocados para o contexto, jogando tudo por terra. O diretor Andy Muschietti até que se esforçou. Imaginou a personagem Mama como uma pintura de Modigliani deixada para apodrecer e lançou mão de referências do surrealismo pop para criar a figura fantasmagórica que precisava, mesclando efeitos de maquiagem e animação digital. Mesmo com todo esforço, quando a figura de 2 metros de altura que nasceu da imaginação do diretor aparece em cena ela provoca mais risada do que qualquer outra coisa.

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