Tom Cruise participa no Rio de Janeiro da pré-estreia da ficção científica 'Oblivion'

Com trama confusa, filme de Joe Kosinski investe em tecnologia para seduzir o espectador

por Mariana Peixoto 29/03/2013 09:53

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(UPI Media/Divulgação)
Esbanjando simpatia, Tom Cruise atendeu pedidos de fotos de fãs que foram conferir o filme no Odeon, no Rio de Janeiro (foto: (UPI Media/Divulgação))
Rio de Janeiro – Não basta ser Tom Cruise, tem que suar a camisa. Durante uma hora e 40 minutos, o astro de 50 anos cumpriu, anteontem, função de ator adolescente. Por exigência do próprio, a pré-estreia da ficção científica Oblivion teria que ser num cinema de rua: no caso, o Odeon, mais importante (e uma das poucas restantes) salas do gênero no Rio de Janeiro. Sempre com o sorriso que se tornou uma de suas marcas, Cruise atendeu, com paciência e bom humor, a adolescentes pedindo fotos (muitas, inclusive, tiradas por ele próprio), balzaquianas com lágrimas nos olhos, garotos que não paravam de abraçá-lo. Deu autógrafos, tanto em caixas da série Missão impossível quanto em cópias piratas de Top gun, conversou e ouviu a multidão que se aglomerou em frente à sala na Cinelândia.

Chegou ao Brasil direto da Argentina, onde protagonizou outra pré-estreia da produção, que entra em cartaz em 12 de abril. Em Buenos Aires, chegou a assistir à sessão. No Rio, somente apresentou o filme: “Estou muito feliz que a exibição será nessa sala com uma grande tela, pois Oblivion é um filme para telas grandes. O que vocês vão ver no começo não é efeito especial. O diretor Joe Kosinski pegou suas câmeras e foi até o topo de um vulcão no Havaí. Passou semanas fotografando nuvens, amanhecer e pôr do sol. O set de filmagem foi em Baton Rouge (Louisiana), onde havia uma tela, muito maior do que essa aqui, circulando toda a área. Enquanto atuávamos, as imagens do Havaí foram projetadas nessa tela. Por isso parece que estamos numa grande altura, e não num set de filmagem. Para a plateia, a sensação é muito mais realista. Já as filmagens da Terra foram na Islândia e em montanhas da Califórnia. Se vocês tiverem a chance, assistam ao filme mais de uma vez, pois a experiência é completamente diferente.”.

O didatismo da apresentação que Cruise fez tem sua razão. São as imagens da parte inicial do longa-metragem o ponto alto de Oblivion. E realmente uma tela grande se faz necessária, ainda mais porque o longa foi filmado com a tecnologia 4K, que permite uma resolução de captação e definição de 4096X2160 pixels. Trocando em miúdos, tal definição é cinco vezes maior do que a das telas em 2K.

Alienígenas


Segundo longa-metragem de Kosinski (Tron: O legado), é ambientado em 2077, 60 anos depois de a Terra ter sofrido uma invasão alienígena. Os humanos venceram a guerra, mas nem parece. Num planeta evacuado, Jack Harper (Cruise) trabalha na manutenção de equipamentos de segurança de uma operação para extrair recursos vitais. Sua missão, realizada ao lado de Vika (Andrea Riseborough), está no final e, em duas semanas, os dois vão se reunir ao restante dos sobreviventes em uma colônia lunar.

Porém, Jack, que sonha com um passado que não consegue se lembrar exatamente como viveu, sofre um grande impacto quando resgata uma mulher (Julia, vivida pela Bond girl Olga Kurylenko), a mesma que aparece em seus sonhos. A chegada dela o fará questionar tudo o que sabe. A vida atual, do alto, num lugar asséptico, não é nada parecida com o paraíso particular de Jack. Escondido de todos, busca sua própria humanidade numa cabana ao lado de um lago na companhia de antigos livros e LPs (Procol Harum e Led Zeppelin conduzem a trilha dessa volta ao passado).

O visual arrebatador não consegue salvar a narrativa. Fãs de ficção científica vão enxergar milhares de referências – Tron, A origem, Planeta dos macacos, Império contra-ataca são as mais óbvias. Fosse somente isso, não haveria maiores problemas. A questão é que o roteiro (assinado pelo próprio Kosinski, que havia escrito a história em 2005) é cheio de furos. A impressão é que o diretor colocou num liquidificador tudo o que lhe interessava em outros filmes, criando uma história pouco original, fria e que dá um nó na cabeça do espectador. Para os bravos, vale uma segunda ida ao cinema. Seguindo os conselhos de Tom Cruise, talvez dê para entender melhor a proposta de Oblivion.

Sempre presente

Desde Operação Valquíria (2008), Tom Cruise vem ao Brasil para lançar seus filmes. Esteve também para apresentar Encontro explosivo (2010) e Missão: Impossível – Protocolo fantasma (2011). Desta vez veio acompanhado das atrizes Olga Kurylenko e Andrea Riseborough. Elas ficaram no Brasil para série de entrevistas. Ele não, só veio para a première.

* A repórter viajou a convite da Universal Pictures.

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