Cinema

Artistas consagrados são favoritos ao Oscar

Time de indicados à estatueta acumulam a marca acumulada de 66 estatuetas ao longo da carreira

Correio Braziliense

Astros como Joaquim Phoenix ('O mestre') tentarão aumentar a lista de estatuetas durante a cerimônia que acontece no dia 24 de fevereiro
Por pouco, um grupo de privilegiados não domina por completo o Oscar deste ano. Não fossem as presenças de seis estreantes no meio de 25 nomes de atores e diretores, toda a disputa recairia sobre 19 profissionais com a incrível marca, acumulada, de 66 indicações ao longo da carreira. Para melhor ilustrar esse domínio dos tarimbados, é só atentar para os atores e atrizes coadjuvantes: todos os dez já tiveram, ao menos, indicação em outro ano. Confira as peculiaridades deste time.

Duelo de gigantes



Doze anos depois de emplacar indicação de diretor, por um filme em mandarim ('O tigre e o dragão'), Ang Lee defende outro título plural ('As aventuras de Pi', ao lado). Pela terceira vez no rol dos diretores, o taiwanês — há sete anos oscarizado por 'O segredo de Brokeback Mountain' — deteve pouco reconhecimento no Globo de Ouro e, dadas as exatas 11 indicações de 'As aventuras de Pi', pode repetir o feito de sério oponente de 2013: Steven Spielberg (que, por 'A cor púrpura', amargou perda em todas as categorias em competição). Spielberg, aliás, não deixa de cravar um retorno (com a possibilidade de estatueta pela direção), sete anos depois de Munique, já com dois prêmios Oscar na prateleira ('O resgate do soldado Ryan' e 'A lista de Schindler').


Cavalheiros triunfais

 

Com as mesmas seis indicações de Michael Caine, Denzel Washington — vencedor (em 2002) com 'Dia de treinamento' — retorna com 'O voo'. Ele conduz trama de superação: contra o alcoolismo e a dependência de drogas. O irlandês Daniel Day-Lewis disputa de novo a estatueta, cinco anos após a premiada atuação em 'Sangue negro'. Popularizado justo com a estatueta por 'Meu pé esquerdo' (1990), refaz, em 'Lincoln', a aura do presidente, notável pela abolição da escravatura. Faturou o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio do Sindicato dos Atores.

Daniel Day-Lewis em 'Lincoln' - soberba representação do presidente americano pode lhe render sua terceira estatueta
Pelas beiradas

Um grupo de candidatos a Oscar já pode, com serenidade, comemorar com o desgastado discurso “me sinto premiado apenas pela indicação”. Liderando a trupe, Naomi Watts, há dez anos da interpretação em '21 gramas', retorna com o drama 'O impossível', no qual ela é a razão de ser do filme que personaliza a tragédia do tsunami, na Ásia. No retrato de uma mãe-coragem, há dois anos, a atriz Jacki Weaver causou furor na lista de indicações pelo filme 'Reino animal'. Em 'O lado bom da vida', sob o comando do realizador alternativo David O. Russell ('O vencedor'), também candidato à estatueta, a aclamada atriz teatral dá as caras como uma desgastada mãezona, no reverso de 'Reino animal'.

Num relativo ostracismo — à exceção de 'Bobby' (2006) e de um título com Woody Allen, em 2001 —, a já premiada Helen Hunt (por 'Melhor é impossível') volta com boa energia para posição de destaque, em 'As sessões', contornando a tal maldição de alguns premiados com Oscar. Phillip Seymour Hoffman ('Capote') chega à quarta indicação, por 'O mestre', na sequência das distinções de coadjuvante, por 'Jogos do poder' (2008) e 'Dúvida' (2009). Hoffman não se deixa ofuscar pelo ator central, Joaquin Phoenix, que volta ao páreo depois de indicado por 'Johnny e June' (2006) e 'Gladiador' (2001).

 

Em trajetória ascendente por 'Os miseráveis', Anne Hathaway celebra outra chance de Oscar, conquista quase sentida por 'O casamento de Rachel' (2009). Christoph Waltz, laureado pelo risível nazista de 'Bastardos inglórios' (2010), tenta o bicampeonato, como o libertador de escravos que quase protagoniza 'Django livre' (de Quentin Tarantino).