Cinema

Ignorado pela Academia, Ben Afleck arrebata estatuetas em outras premiações

Ator teve seu desempenho como diretor em 'Argo' aclamado pela crítica cinematográfica

Gracie Santos

Ben Affleck faturou mais prêmios para a coleção de Argo: Bafta de filme, diretor e edição
Ben Affleck nem precisa esperar a cerimônia do Oscar, no dia 24, para comemorar. Dizem que o moço andava tristinho por não concorrer como diretor e ator pela Academia de Hollywood. Não deve estar mais. Afinal, anda arrebanhando as premiações que tem encontrado pelo caminho, caso do Globo de Ouro de diretor e de filme; e de filme da American Film Institute (AFI), só para citar alguns. A lista é grande (quem quiser pode conferir no imdb.com). A premiação mais recente é inglesa. Affleck ganhou o troféu de filme, diretor e de edição da British Academy of Film and Television Arts, o Bafta, ou “Oscar britânico”, que tem fama de ser rígido em suas análises.


Não é para menos, Argo é simplesmente incrível, filme de roteiro impecável, trama de tirar o fôlego e boas atuações (a de Aflfleck inclusive). Verdade que quando o filme termina fica aquela sensação ruim e uma certa culpa de ter perdido tempo e fôlego torcendo para seis americanos se salvarem da violência iraniana quando, historicamente, milhões e milhões de pessoas morrem na explosiva região.

 

O que há de se fazer se o cara sabe fazer cinema e tem Clooney (outro bamba) por trás (na produção)? Vale a pena assistir, mas é bom que se saiba que Argo é filme de americano para inflar ainda mais o ego da “poderosa América”. É também obra para enaltecer o “excelente” trabalho da (modesta) CIA. Mas é bom cinema e ponto. Fato é também que o thriller político de Affleck sobre o resgate de diplomatas norte-americanos em Teerã, pouco depois da Revolução Iraniana, vem se tornando favorito ao Oscar (teve seis indicações além da de filme).


Boas surpresas da Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão foram os prêmios de filme em língua estrangeira e atriz para Amor e de atriz para veterana Emmanuellle Riva. Na maior premiação dos ingleses, criada em 1947 (eles têm cinco anuais e o Bafta é a mais importante), o prêmio de filme da terra ficou com o fraquinho 007 – Operação Skyfall, que faturou ainda o prêmio de trilha sonora original para Thomas Newman. Incrivelmente superior, o outro filme inglês, Os miseráveis, ficou com o troféu de atriz coadjuvante (Anne Hathaway), além dos (merecidos) técnicos de som, maquiagem e design de produção.


O prêmio de ator não trouxe surpresas, foi para Daniel Day-Lewis, por Lincoln. O mesmo vale para Christoph Waltz, que faturou o troféu de ator coadjuvante por Django livre (aliás, o filme de Tarantino ganhou o troféu de roteiro original. Já o de roteiro adaptado ficou com O lado bom da vida). A premiação de ator revelação foi dada a Juno Temple, e As aventuras de Pi, de Ang Lee, levou apenas prêmios técnicos de efeitos visuais e fotografia. Valente foi a animação premiada e Anna Karenina ganhou prêmio de figurino.