Estreia nesta sexta o longa brasileiro 'Disparos', da diretora Juliana Reis, baseado em fatos reais

Cineasta diz que seu filme tem linguagem simples para atingir públicos variados

por Eduardo Tristão Girão 01/02/2013 10:14

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(Ricardo Azoury/Divulgação)
Reviravolta em Disparos transforma vítima em acusado, fato comum na rotina do brasileiro (foto: (Ricardo Azoury/Divulgação))
Um fotógrafo é roubado na rua depois de um trabalho para um guia gay carioca e, em seguida, os assaltantes são atropelados por um justiceiro anônimo. Ele consegue recuperar seu equipamento, mas deixa no local o cartão de fotos da câmera. Ao voltar sozinho para pegá-lo, passa da condição de vítima à de acusado de omissão de socorro, e é levado para a delegacia. Esse é o desconcertante ponto de partida de 'Disparos', longa-metragem de Juliana Reis que estreia nesta sexta-feira em Belo Horizonte.

Vencedor dos prêmios de melhor montagem, fotografia e ator coadjuvante (Caco Ciocler) no Festival do Rio no ano passado, o filme é baseado em fatos. “Ouvi essa história em 2008, no dia seguinte ao ocorrido. Fiquei surpresa e, ao contar essa história para outras pessoas, passei a ouvir sistematicamente outras parecidas. Essa é a pedra fundamental”, lembra Juliana, que assina direção e roteiro.

'Disparos' foi rodado na capital fluminense entre 2010 e 2011 e, além de Ciocler, que interpreta o inspetor Freire, tem no elenco Gustavo Machado (o fotógrafo Henrique), Julio Adrião (dr. Guido) e Dedina Bernardelli (Silvana) – o público reconhecerá Babu Santana entre os atores que participaram das filmagens.

“O motor do filme é a gente não poder virar bicho sem se dar conta de que está virando bicho. Abrindo mão das instâncias que controlam a barbárie, assumimos a barbárie. Estarrece-me o fato de perdermos o pé disso e não falarmos a respeito. É claro que acontece de agirmos impulsivamente, mas fazer disso algo corriqueiro assusta. É preciso termos um filme para falar disso. Tentei não julgar, mas levar o espectador à reflexão”, analisa ela.

Competição

Aproveitando a repercussão em torno dos três prêmios que o filme recebeu no Festival do Rio, em outubro passado, a diretora se esforçou para realizar seu lançamento nacional o quanto antes. No mês seguinte, conseguiu colocá-lo em salas do Rio de Janeiro e São Paulo. O esforço não valeu a pena, acredita Juliana: “Acabei brigando com filmes como 'Gonzaga – De pai para filho', 'Os penetras', 'Crepúsculo' e '007”.

Em Belo Horizonte, ele estará nos shoppings Boulevard (sala 1, às 13h e às 14h45) e Pátio Savassi (sala 1, às 18h30; somente terça, dia 5, e quinta, dia 7). “Foi minha ambição fazer um filme de interlocução, não um filme cabeça, para poucos. Quis falar com os outros. Pessoas que já assistiram me disseram que é um filme a que você assiste rindo e, depois, sai do cinema discutindo o tema. Meu nirvana seriam 300 mil a 400 mil espectadores”, conta.

Na televisão


Paralelamente, Juliana segue trabalhando não apenas com longas, mas também com uma série para televisão. Está negociando projeto de série de ficção com canais a cabo. “A televisão é um espaço mais generoso para investir em novas linguagens. Há uma demanda aquecida pela nova lei que obriga canais pagos a incluir produções nacionais em suas grades de programação. Vejo na possibilidade de desenvolver essa série um espaço mais promissor, o grande lugar para me divertir como criadora”, diz.

Assista ao trailer do filme:


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