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Vencedor dos prêmios de melhor montagem, fotografia e ator coadjuvante (Caco Ciocler) no Festival do Rio no ano passado, o filme é baseado em fatos. “Ouvi essa história em 2008, no dia seguinte ao ocorrido. Fiquei surpresa e, ao contar essa história para outras pessoas, passei a ouvir sistematicamente outras parecidas. Essa é a pedra fundamental”, lembra Juliana, que assina direção e roteiro.
'Disparos' foi rodado na capital fluminense entre 2010 e 2011 e, além de Ciocler, que interpreta o inspetor Freire, tem no elenco Gustavo Machado (o fotógrafo Henrique), Julio Adrião (dr. Guido) e Dedina Bernardelli (Silvana) – o público reconhecerá Babu Santana entre os atores que participaram das filmagens.
“O motor do filme é a gente não poder virar bicho sem se dar conta de que está virando bicho. Abrindo mão das instâncias que controlam a barbárie, assumimos a barbárie. Estarrece-me o fato de perdermos o pé disso e não falarmos a respeito. É claro que acontece de agirmos impulsivamente, mas fazer disso algo corriqueiro assusta. É preciso termos um filme para falar disso. Tentei não julgar, mas levar o espectador à reflexão”, analisa ela.
Competição
Aproveitando a repercussão em torno dos três prêmios que o filme recebeu no Festival do Rio, em outubro passado, a diretora se esforçou para realizar seu lançamento nacional o quanto antes. No mês seguinte, conseguiu colocá-lo em salas do Rio de Janeiro e São Paulo. O esforço não valeu a pena, acredita Juliana: “Acabei brigando com filmes como 'Gonzaga – De pai para filho', 'Os penetras', 'Crepúsculo' e '007”.
Em Belo Horizonte, ele estará nos shoppings Boulevard (sala 1, às 13h e às 14h45) e Pátio Savassi (sala 1, às 18h30; somente terça, dia 5, e quinta, dia 7). “Foi minha ambição fazer um filme de interlocução, não um filme cabeça, para poucos. Quis falar com os outros. Pessoas que já assistiram me disseram que é um filme a que você assiste rindo e, depois, sai do cinema discutindo o tema. Meu nirvana seriam 300 mil a 400 mil espectadores”, conta.
Na televisão
Paralelamente, Juliana segue trabalhando não apenas com longas, mas também com uma série para televisão. Está negociando projeto de série de ficção com canais a cabo. “A televisão é um espaço mais generoso para investir em novas linguagens. Há uma demanda aquecida pela nova lei que obriga canais pagos a incluir produções nacionais em suas grades de programação. Vejo na possibilidade de desenvolver essa série um espaço mais promissor, o grande lugar para me divertir como criadora”, diz.
Assista ao trailer do filme: