Estreia de 'O sol nos meus olhos', com a atriz Cecília Bizzotto, causa comoção em plateia da Mostra de Tiradentes

Filme dirigido por Flora Dias e Juruna Mallon foi acompanhado pela família da atriz, assassinada no ano passado em Belo Horizonte

26/01/2013 18:56

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Divulgação
(foto: Divulgação)
A pré-estreia mundial do filme 'O sol nos meus olhos', um dos últimos longas a ser exibido nesta 16ª edição da Mostra de Tiradentes, foi sinônimo de emoção no Cine Tenda. Mais uma vez a atriz Cecília Bizzotto, assassinada friamente em outubro do ano passado em Belo Horizonte, surgiu na tela grande. Na sala, os amigos, companheiros de filme e a família. Gravado em abril de 2012 e dirigido por Flora Dias e Juruna Mallon, o filme conta a história de um homem que sai para uma viagem rumo ao mar, após encontrar sua mulher morta em casa. A amada, que cometeu suicídio, viaja junto, em uma mala colocada no banco de traz do carro. Filmado em 15 dias nas estradas de Brasília, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o longa foi no mínimo um desafio para a equipe, que chegou a percorrer 4 mil Km com dois carros alugados, criando mais um sensível road movie do cinema brasileiro. 'O sol nos meus olhos' foi trazido às pressas a Tiradentes, já que o processo de finalização ainda não estava concluído. Mesmo assim, a equipe fez questão de exibir o filme, principalmente em homenagem a Cecília Bizzotto. Segundo a diretora, a atriz foi peça fundamental na realização do trabalho. "Nosso filme é um filme de amizade e de muita entrega", disse Flora ao apresentar o longa. A diretora subiu ao palco ao lado da equipe que produziu o filme, e acompanhada também da mãe de Cecília, Cláudia Bizzotto. Emocionada, ela fez questão de agradecer à organização da mostra pela possibilidade de trazer a Tiradentes o símbolo da campanha Nós na Paz, criada após a morte da filha, além de elogiar a coragem de Flora ao exibir o filme ao festival. "Queria agradecer a essa equipe e a Flora, pela delicadeza e pelo carinho com minha filha", disse Cláudia. Sem muitos diálogos e com aparições pequenas, mas fortes, de Cecília, o filme consegue colocar na tela o desespero silencioso de um homem que acaba de perder o sentido da vida com a morte da mulher. E que vê na estrada uma forma de fugir do local que sempre foi de conforto para lidar com sua dor. "Coração põe na mala. Coração põe na mala. Põe na mala". É com esta frase que 'O sol nos meus olhos' é aberto. No fim, o que se pode perceber é que o coração foi colocado, não só na mala do protagonista, mas também em cada cena filmada nas estradas desse país.

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