Cultura negra perde Zózimo Bulbul, ícone do cinema brasileiro

O ator e diretor carioca lutava contra um câncer desde 2012 e morreu na quinta, 24, aos 75 anos, no Rio de Janeiro

por Correio Braziliense 25/01/2013 18:18

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Rio Filme/Divulgação
Zózimo Bulbul, em 'As filhas do vento' - ícone da arte negra no Brasil (foto: Rio Filme/Divulgação )
Estandarte da cultura negra e ícone do cinema brasileiro, Zózimo Bulbul morreu na quinta-feira, 24, aos 75 anos, no Rio de Janeiro. O ator e diretor carioca batalhava contra um câncer no intestino desde junho do ano passado. Ele faleceu em sua casa, no bairro do Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, em decorrência de uma parada cardíaca. Em mais de 40 anos de carreira, Bulbul solidificou uma trajetória engajada com problemáticas raciais, denúncias sociais e obras que documentam a experiência dos negros no Brasil.

Bulbul foi o primeiro ator negro a protagonizar uma novela na tevê brasileira. Em 'Vidas em conflito', transmitida pela extinta TV Excelsior em 1969, fez par romântico com Leila Diniz. A partir dos anos 1960, o realizador de 'Abolição' (1988, crônica sobre os 100 anos da assinatura da Lei Áurea), e do curta-metragem 'Alma no olho' (1973, um registro da imigração do negro para as Américas e a escravidão) ocupou posição de destaque não apenas em produções cinematográficas. Como curador, presidiu o Centro Afro Carioca de Cinema e dirigiu as seis edições do Encontro de Cinema Negro Brasil, África & Caribe.

O carioca atuou em filmes de grandes diretores, como 'As filhas do vento' (2004), de Joel Zito Araújo, 'O veneno da madrugada' (2006), de Ruy Guerra, 'Ganga Zumba' (1963), de Cacá Diegues, além da antologia '5x favela — Agora por nós mesmos' (2010), também produzida por Diegues. Uma de suas últimarecentes participações foi no documentário 'Go Brazil go!', em que foi entrevistado pelo diretor norte-americano Spike Lee, numa narrativa sobre questões raciais e o crescimento do país nos últimos anos. O filme deve ser lançado em 2014.

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