Vilões tentam mostrar o lado 'mocinho' em Detona Ralph

Nova animação da Disney estreia em BH nesta sexta-feira

por Walter Sebastião 04/01/2013 07:30

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Disney/Divulgação
Para resolver as confusões que cria, Ralph terá que contar com a moleca Vanellope von Schweetz (foto: Disney/Divulgação)
Um vilão de um jogo de videogame, Ralph, cuja função é detonar tudo, em crise por não ver sua atuação valorizada, decide a provar que também pode ser um mocinho. A oportunidade surge quando ele descobre um jogo comandado pela sargento Calhoun, um loura sensual em luta perpétua contra alienígenas. Ao invadir o jogo alheio, o trapalhão Ralph acaba libertando um inimigo mortal – perigoso vírus –, que põe em risco todos os outros games. Para solucionar o problema, ele vai ter que confiar em Vanellope von Schweetz, uma moleca encrenqueira. Essa é a trama de Detona Ralph, nova produção da Disney que chega às telas. A direção é de Rich Moore, vencedor do Emmy por seu trabalho em Os Simpsons e Futurama. Veja mais fotos do filme Confira os horários das sessões
O filme até começa com cena divertida: uma reunião do grupo Vilões Anônimos, gente que ninguém valoriza, afinal, com o mostra a maioria dos filmes, apenas mocinhos são premiados. Mas já sinaliza problema que vai ser observado ao longo de todo filme: a cena não tem a comicidade que poderia ter. O problema nem é dos personagens, que são simpáticos, mas algo que vai corroendo a trama: maniqueísmo e esquematismo, que, aos poucos, vão corroendo toda a obra e tornam praticamente impossível dar à história rumo que não o previsível. A turma do roteiro luta bravamente para resolver o impasse, mas a única solução que encontra – clichê – é fazer do vilão um herói, o que torna as coisas ainda mais complicadas.
Tudo é apresentado com doses maciças de efeitos especiais, grande parte em cores ácidas, que deixam o espectador tonto. Interessante é a mistura de visualidades, colocando na tela (e fazendo conviver) personagens cujo desenho abarca largo campo de possibilidades estéticas. Desde a animação tradicional ao “realismo” de videogames contemporâneos, até o desenho tosco e charmoso dos velhos jogos, passando por alusões ao mangá. Sinal de que a animação anda em busca de produtos altamente desenvolvidos no plano visual, inclusive porque tem que atender múltiplas demandas do esquema blockbuster. E, assim, chega-se ao fim sem muitos problemas, mas sem a sensação de ter visto um trabalho à altura da tradição de grandes animações da Disney.  
Detona Ralph tem pencas de personagens, mas só uma estrela: Vanellope von Schweetz. Uma atrevida piloto de corridas que não mede palavras e atos. Que, decididamente, deixa de lado o figurino de princesa para apostar no presidencialismo constitucional. Ela é praticamente uma falha do sistema. Ironia fina em história movida por obsessão em seguir programas, ganhar prêmios, manter as coisas como estão para não ser sucateado. O filme só cresce, e fica divertido, de fato, quando Vanellope está em cena. Colabora para certa frieza do filme ser imersão no mundo dos games, universo que, por mais fascinante e universal que seja, é, igualmente, especializado. Efeitos especiais, ainda que apoteóticos, não substituem calor humano, humor e visão mais complexa do universo das crianças. Assista ao trailer do filme:


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