Começa nesta quarta a 36ª Mostra Internacional mde Cinema de São Paulo

Em 14 dias, serão exibidos 350 títulos de 60 países

17/10/2012 09:15

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Juan Esteves / Divulgação
Documentário mostra as ideias e a trajetória do artista pernambucano Francisco Brennand (foto: Juan Esteves / Divulgação)
São Paulo – A 36.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa hoje, para convidados, e será aberta ao público amanhã. Verdadeira maratona espera os cinéfilos: em 14 dias, serão exibidos 350 títulos de 60 países. A direção do evento é de Renata Almeida, mulher do produtor Leon Cakoff, idealizador da mostra, que morreu no ano passado. A política vai marcar a noite de abertura. Um dos destaques da programação é No, de Pablo Larraín, com Gael García Bernal, e candidato do Chile à indicação para uma vaga no Oscar. O filme trata da campanha política que deveria decidir sobre a permanência do general Pinochet no poder. O que parecia decidido – o ditador controlava a mídia e mantinha os demais poderes como fachada – ruiu sob uma campanha bem-orquestrada, que o filme recria. O mote dessa campanha é a volta da alegria para os chilenos. Também exibem tom político os filmes A bela adormecida, de Marco Bellocchio, sobre caso de eutanásia que dividiu a Itália; Depois da batalha, de Yousry Nasrallah, sobre o movimento popular que levou à queda do regime de Hosni Mubarak; Indignados, de Tony Gatlif, sobre a exclusão social no mundo globalizado; Herança, de Hiam Abbass, que reflete sobre a condição dos palestinos no Oriente Médio; e Reality, de Matteo Garrone, que enquadra a Itália de Silvio Berlusconi num reality show. Outros destaques da programação são Liv & Ingmar, de Dheeraj Akolkar, que trata da ligação entre Ingmar Bergman e Liv Ullman; Carmel, de Amos Gitai, e O gibão e a sombra, do português Manoel de Oliveira. BRENNAND Entre os filmes brasileiros está o documentário dedicado ao artista plástico pernambucano Francisco Brennand, que ergueu impressionante centro cultural na antiga fábrica de cerâmica herdada de seu pai, no Bairro da Várzea do Capibaribe, no Recife. Aos 85 anos, ele é um homem recluso, de barba longa e branca. “Envelheci aqui. Tinha um quarto em cima, onde dormi durante muito tempo, e um dia desci e já era um velho. Mas a minha conversa não é a conversa de um solitário”, afirma o artista.  Figura complexa, criador ultraculto e polêmico, católico apostólico romano, cinéfilo que já escreveu sobre Antonioni e outros diretores, construtor de um museu a céu aberto que se tornou um dos espaços mais fantásticos do país, ele é tema de Francisco Brennand, dirigido por sua sobrinha-neta Mariana Brennand Fortes. Por meio de belas imagens (a fotografia é assinada por Walter Carvalho) e pela voz do artista, abre-se uma janela para que o público possa adentrar nos mistérios e trabalhos do universo de Brennand. “Quando comecei a reforma disso (da fábrica Cerâmica São João, em ruínas), minha única preocupação era não deixar o mistério sair daqui”, revelou ele. Este ano, a Oficina Brennand recebeu cerca de 18 mil visitantes.

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