Comédia Até que a sorte nos separe diverte mas apela para muitos clichês e estereótipos

Leandro Hassum segura praticamente sozinho a onda do filme

por Mariana Peixoto 05/10/2012 07:22

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Davi de Almeida/Divulgação
(foto: Davi de Almeida/Divulgação )
Bestsellers de autoajuda que geraram filmes não são uma novidade no mercado cinematográfico. Somente nos últimos anos, duas comédias românticas produzidas em Hollywood se encaixaram nesse perfil: Ele não está tão a fim de você (2009), inspirado no livro Ele simplesmente não está a fim de você, e mais recentemente O que esperar quando você está esperando, baseado na obra homônima sobre gravidez. Em comum, além da fonte, as produções têm elenco estelar marcado por vários casais que se encontram e desencontram. Veja mais fotos do filme Confira os horários das sessões O nacional Até que a sorte nos separe, com direção de Roberto Santucci, é da mesma lavra. A base é o livro Casais inteligentes enriquecem juntos, lançado em 2004 por Gustavo Cerbasi, que nos últimos oito anos vendeu um milhão de exemplares. Assim como nos produtos norte-americanos, a ideia veio do livro, mas a narrativa é toda original. Bem, não tanto assim, porque o que o filme faz é desfiar, em hora e meia, uma sucessão de clichês. O riso acontece vez ou outra, mas nunca de maneira fácil. O filme foi criado para explorar o histrionismo de Leandro Hassum, ator em alta no meio humorístico graças a Zorra total e Os caras de pau, ao lado de Marcius Melhem. Com pequenas participações em vários filmes de sucesso, ele agora encara a missão de segurar uma história inteira. Tino (Hassum) e Jane (Danielle Winits) são jovens, apaixonados e sem um tostão no bolso. Ganham R$ 100 milhões na loteria. Quinze anos mais tarde, com um casal de filhos, ele descobre que os anos de descontrole fizeram um rombo na conta bancária. Pobre de um dia para o outro, ele tenta esconder isso da mulher, uma perua no início da terceira gravidez. Para tentar se reerguer, conta com a ajuda de um vizinho, o analista financeiro Amauri (Kiko Mascarenhas), que vive outro tipo de problema no casamento. Diante disso, não precisa ir muito longe com a imaginação para perceber até onde a história vai. Quase que todo o tempo em cena, Hassum tem espaço de sobra para fazer gracinhas como o novo rico deslumbrado que leva a vida na flauta. O excesso de peso do ator é bastante explorado, com piadinhas de gordo em academia e coisas do gênero. Hassum fica um tom acima de seus colegas de elenco, que parecem servirem somente como escada para ele. Winits não faz mais que a perua gente boa que já encarnou à exaustão na TV. O casal Amauri (Mascarenhas) e Laura (Rita Elmôr), bem mais contidos, até pelo perfil de seus personagens, ficam por vezes meio perdidos em cena. A única presença que consegue fazer sombra à volúpia que Hassum tem pela câmera é Ailton Graça. Ótimo ator, ele encarna um dono de boteco que tem que se fingir de decorador gay. É também estereotipado, mas o desconforto com que ele finge fazer o tal decorador garante boas risadas. Mas não salva o filme. Assista ao trailer do filme:


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