Cine 104 abrirá as portas, na Praça da Estação, exibindo lançamentos do cinema alternativo

Sala vai funcionar de terça-feira a domingo

por Mariana Peixoto 04/10/2012 08:51

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Maria Tereza Correia/EM/D.A Press
Equipada com projetor 35 mm, a sala de 80 lugares oferecerá três sessões diárias ao público (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
 
O cenário ainda está longe do ideal, mas uma nova janela se abre em Belo Horizonte para o chamado cinema alternativo. Desde sua criação, o Espaço Cento e Quatro, na Região Central, tem foco no audiovisual, por meio da promoção de mostras e projetos educacionais. Amanhã, com a abertura para o público do Cine 104, um passo maior será dado. A sala com projetor 35mm e 80 lugares vai funcionar de terça-feira a domingo com três sessões diárias.
O cinema de circuito ganhará destaque. “Vamos tentar ocupar o espaço deixado pelo fechamento do Cineclube Savassi e do Usina. Não exibiremos filmes que estão em 10 ou 15 salas de shoppings, mas trazer lançamentos em cartaz no mercado carioca e paulista que demoram muito ou nem chegam aqui. Queremos nos firmar no circuito. Claro que, ocasionalmente, poderemos receber algum festival, mas isso será episódico. A ideia é ser uma sala de lançamentos”, afirma Daniel Queiroz, responsável pela programação do 104.
Nesta primeira semana serão exibidos dois longas nacionais, ambos inéditos. O primeiro é A cidade é uma só?, de Adirley Queirós, que venceu a Mostra de Tiradentes, em janeiro. O filme tem narrativa em torno de cinco personagens que, nos 50 anos de Brasília, levam para o centro da discussão o processo de exclusão territorial e social experimentada por uma parcela da população do Distrito Federal. 
O outro é Luz nas trevas, considerado continuação do clássico O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla. Helena Ignez, viúva do cineasta, codirige a ficção em parceria com Ícaro C. Martins. Tudo-ou-Nada, filho do Bandido da Luz Vermelha, tenta seguir os passos do pai. Um dos destaques é Ney Matogrosso, que integra o elenco. A trilha sonora traz Jorge Ben Jor e Gilberto Gil, entre outros.
“Como é só uma sala, vamos, em geral, ter dois filmes em exibição. Queremos que eles fiquem um período maior em cartaz, com pelo menos duas semanas para cada. Apenas A cidade é uma só?, exibido em caráter de pré-estreia, vai ficar só uma semana”, explica Queiroz.
O espaço já funcionava como sala de exibição. Agora, foi reformado para que se modificasse o nível de disposição das poltronas, doadas pelos antigos cinemas do Ponteio.
“Começamos trabalhando com mostras, mas sempre pensamos num cinema com exibição regular. Temos outro projeto, focado na formação de plateia, com ação educacional para professores de escolas públicas. Durante o dia eles fazem um curso e também há intercâmbio com as crianças”, acrescenta Inês Rabelo, coordenadora do Cento e Quatro.
 
Sustentabilidade cultural
A revitalização do Centro de Belo Horizonte e dos espaços culturais daquela região é fundamental para a capital mineira. O Grupo Diários Associados apoia essa ideia por meio do projeto MINAS VIVA. O objetivo da iniciativa é ampliar os conceitos de sustentabilidade, pois a questão não se limita à preservação do meio ambiente: está também conectada às ações incorporadas ao dia a dia do cidadão. A iniciativa aborda três frentes de atuação: desenvolvimento sustentável, gastronomia e cultura. O Cine 104 surge como instrumento de difusão cultural, em resposta ao desaparecimento das salas de rua da capital. Oferece entretenimento, espaço de convivência, compartilhamento de experiências e estimula o público à reflexão.
 
CINE 104
Praça Rui Barbosa, 104, Centro, (31) 3222-6457. O cinema vai exibir três sessões diárias, de terça-feira a domingo. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada).


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