Anima Mundi volta a BH com 80 obras para adultos e crianças

Mostra oferece produções de vários países e se destaca por formar plateias e diretores; cerca de 100 mil pessoas já participaram do evento

por Walter Sebastião 21/08/2012 07:00

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Jaime Maestro/divulgação
O filme espanhol Friendsheep, do diretor Jaime Maestro, está entre as atrações do Anima Mundi, que começa hoje em Belo Horizonte (foto: Jaime Maestro/divulgação )
 
Importante festival dedicado ao cinema de animação, o Anima Mundi está de volta a Belo Horizonte, depois de trazer à capital as edições de 2008 e 2009. Hoje, às 19h, o evento será aberto na Praça da Liberdade. De amanhã a domingo, as sessões poderão ser conferidas no Oi Futuro.

O festival apresentará cerca de 80 filmes, entre longas e curtas-metragens nas mais diversas técnicas. A maioria deles se destina a jovens e adultos, mas as crianças ganharam sessões especiais, às 10h. A mostra selecionou o melhor dos eventos carioca e paulista. Os mineiros verão fitas premiadas, as mais votadas pelo público e animações brasileiras enviadas a festivais de vários países.

A média de público do Anima Mundi chega a 100 mil pessoas, somando as edições realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo às mostras itinerantes, informa a curadora Aída Queiroz, diretora do evento. “Para quem começou há 20 anos com evento modesto em apenas uma sala, esse número impressiona. Temos de fazer sempre o melhor, para não decepcionarmos as pessoas”, explica.

De acordo com Aída, a seleção sempre se dá entre filmes de qualidade, “trabalhos com ideias boas e bem desenvolvidas, independentemente da técnica. A curadora promete: “BH assistirá ao crème de la crème do Anima Mundi. O público chega às sessões como se fosse entrar em outro universo e mergulha em tudo o que oferecemos”, lembra a curadora.

As pessoas terão a chance de se informar sobre técnicas que desconhecem, além de poderem fazer oficinas, participar de debates e votar nos filmes preferidos. “Nessa mostra, todos aprendem algo”, comemora Aída. Outro motivo de satisfação: constatar que o evento, duas décadas depois de sua estreia, criou uma geração de animadores e mercado para essa linguagem no Brasil.

Convidado Sexta-feira, às 19h, quem ganha mostra especial no Oi Futuro é o carioca Marcelo Marão, de 41 anos. Ele conversará com o público e apresentará seus 10 curtas. O primeiro foi Cebolas são azuis, de 1996, e o mais recente é Engole logo uma jaca então, do ano passado. 

O diretor recomenda dois títulos premiados no Anima Mundi: Engolervilha (2003) e Eu queria ser um monstro (2010). A dupla expressa os extremos da estética de Marão. O primeiro, para adultos, “é grosso, de mau gosto e escatológico”, avisa ele. “Fiquei até surpreso com a recepção simpática do público”.

Já o infantil Eu queria… é lírico, homenagem ao pai de Marcelo. “Em animação, gosto da liberdade de criar. Tudo é desenho, o orçamento não se altera se a história passa numa loja ou na Lua”, resume.

Marcelo é um dos exemplos de diretores que começaram sua carreira na plateia do Anima Mundi. “Vi os filmes da primeira mostra, passei os quatro anos seguintes trabalhando duro, porque queria me envolver com animação”, relembra.

“No Anima Mundi, descobrimos técnicas, estilos e narrativas tão diferentes entre si que isso dá entusiasmo e vontade de filmar. O festival é feito por animadores e desenhistas, não por burocratas”, elogia. Marão dá uma dica para quem quiser aproveitar a programação: “Veja a mostra de curtas. Todas as sessões valem a pena. Pode até ter um filme que você considera chato, mas há sempre dois bons e um excelente”, conclui.
 
NO OI FUTURO
De quarta-feira, 22 de agosto, até domingo, 26. Av. Afonso Pena, 4.001, térreo, Mangabeiras. Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia-entrada). Informações: www.animamundi.com.br

QUARTA-FEIRA, 22
10h: Infantil – O castor ambicioso, de Richard Phelan; Ponto de equilíbrio, de Analucia de Godói e Pedro Iuá; A coceira da lêndea dourada, de Sarah Cox; Marsicek, o pescador, de Frantisek Vasa; A filha do grúfalo, de Johannes Weiland.
 
11h30: Curtas 1 – A festival for elephants, de Alexei Demin; Ketchup, de Bai Shen Yan e Chunning Guo; Natasha, de Roman Klochkov; Nesejdes z cesty!, de Veronika Szemlova; Dans la tete, de Selier e Damour; Buy buy baby, de Gervais Merryweather.
 
13h: Curtas 3 – Chase, de Adriaan Lokman; Cafeka, de Natalia Cristine; La detente, de Pierre Ducos e Bertrand Bey; Fado do homem crescido, de Pedro Brito; Zing, de Kyra Buschor e Cynthia Collins; Rew day, de Svilen Dimitrov; Tadufeu, de Michael Bellamy e outros.
 
15h: A turma da selva, Operação Banco deGelo, de David Alaux e Eric Tosti
17h: To Aru Hikushi e No Tsuioku, de Jun Shishido
19h: Curtas 4 – Realejo, de Marcus Vasconcelos; Zombirama, de Ariel López V e Nano Benayón; Plato, de Leonard Cohen; Fata Morgana, de Frodo Kuipers; The people who never stop, de Florian Piento; Load, de David René; The end, de Alejandro Cervantes Bueno e Diana Rodríguez
21h: Curtas 6 – Hund I himlen, de Jeanette Norgaard; Choreography for plastic army men, de David Fain; Fat, de Yohann Auroux Bernard; Swimming pool; Prípad; Bon voyage; Pythagasaurus

QUINTA-FEIRA, 23
10h: A turma da selva
11h30: Curtas 4
13h: To Aru Hikushi e No Tsuioku
15h: Infantil
17h: Curtas 5 – Heldenkanzler; Valquíria; How Dave e Emma got pregnant; Wisdom teeth; The cup final; Frictions; Cleo's boogie
19h: Papo com o diretor Abi Feijó
21h: Filmes de Abi Feijó

SEXTA-FEIRA, 24
10h: Infantil
11h30: Curtas 1
13h: Curtas 2
15h: A turma da selva
17h: Curtas 6
19h: Papo com o diretor Marão
21h: Filmes de Marão 


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