Badalado em festivais de cinema e um dos destaques da nova geração de diretores italianos, Paolo Sorrentino, finalmente, vai estrear comercialmente no Brasil. Seu novo trabalho, Aqui é o meu lugar, traz no elenco o astro Sean Penn (foto) ao lado de um convidado especial: o cantor e compositor David Byrne, líder da antiga banda Talking Heads.

This must be the place, título original do longa, batiza uma das canções de Byrne, que, logicamente, canta em uma das cenas – considerada antológica pela crítica. Apesar de interpretar um roqueiro aposentado chamado Cheyenne, Sean Penn só abre a boca para falar. Entediado e exilado em Dublin, o protagonista é obrigado a voltar para os Estados Unidos e encarar “pepinos” da vida familiar.

Cruzando o Atlântico e vagando Nova York, Dublin e Novo México, Cheyenne é o típico ser em trânsito. A atuação de Penn neste road movie lhe rendeu elogios. O papel é reforçado pelo visual dos anos 1980, a voz contida e o jeitão frágil, quase infantil do personagem.

Aliás, Sean Penn está quase irreconhecível: voz insegura, toneladas de pó branco no rosto, batom vermelhão, cabeleira negra desgrenhada e até unhas pintadas. Esse sujeito bizarro experimenta particular rito de passagem ao enfrentar a missão de caçar o oficial nazista que mandou seu pai para Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial.

O italiano Sorrentino abordou o drama da perseguição aos judeus, mas ganhou elogios por não se render a clichês e emoções baratas.