Cinema

Oscar de Orson Welles por Cidadão Kane vai a leilão

Estatueta que premiou o longa pelo melhor roteiro em 1942 será leiloado na próxima semana

Agência Estado

Cena do filme Cidadão Kane
O Oscar de Melhor Roteiro recebido por Orson Welles por sua obra-prima Citizen Kane (Cidadão Kane), um marco na história do cinema, será leiloado na próxima semana, informou, nesta segunda-feira, em Los Angeles, a casa Nate D. Sanders Auctions.


Cidadão Kane foi indicado a nove prêmios da Academia em 1942, entre eles o de Melhor Filme, categoria na qual perdeu para o drama de John Ford How Green Was My Valley (Como era verde o meu vale).

O diretor americano foi obrigado a se conformar com o reconhecimento pelo roteiro, compartilhado com Herman Mankiewicz, e nunca obteve outra estatueta dourada, com exceção do Oscar honorário recebido em 1971 pela conjunto da carreira. "Agora, o filme é considerado o mais influente de todos os tempos", disse Nate Sanders, proprietária da casa de leilões de mesmo nome.

O filme de 1941, escrito, produzido, dirigido e interpretado por Welles, conta, sob a forma de ficção, a história do magnata dos meios de comunicação William Randolph Hearst. Furioso por esta versão de sua vida, o verdadeiro Hearst lançou campanha contra o filme e proibiu sua simples menção em seus jornais. Segundo a casa Nate D. Sanders Auctions, Welles achava que tinha perdido a estatueta, mas ela apareceu depois de sua morte e foi dada de herança à sua filha, Beatrice Welles.

"Durante um processo da filha de Welles contra a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a instituição revelou, em 2002, "que o Oscar estava avaliado em 1 milhão de dólares e o tribunal concedeu a Beatrice Welles o direito de vender o prêmio", assinalou em comunicado.

Welles (1915-1985) saltou para a fama em 1938 quando, aos 23 anos, realizou uma dramatização radiofônica do livro A guerra dos mundos, do escritor britânico H.G. Wells, sobre a chegada de marcianos hostis à Terra. O programa motivou uma onda de pânico em todo o país de tal magnitude que, sete décadas depois, ainda é citado com frequência como exemplo do poder da mídia.