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Bloco @bsurda celebra diversidade sexual e atrai estrangeiros em BH

A Rua da Bahia se tornou a passarela da alegria, do bom humor e do respeito às diferentes orientações sexuais na tarde deste domingo (16), quando trio @bsurda desfilou pelo Centro de Belo Horizonte. A concentração começou ao meio-dia, na Praça da Estação, mas era tanta gente que o carro de som tinha dificuldades para percorrer a Bahia. 



O locutor que comandava a festa alertava para que os foliões andassem e o veículo pudesse seguir seu destino. O evento dedicado à comunidade LGBT também se tornou opção para quem curtia o carnaval de BH pela primeira vez, como crianças, e até moradores de outros países. 
 
 

O jovem Rafi Gonçalves roubava a cena de quem curtia o bloco: ao lado de dois amigos, ele dava um show no quesito dança, e com muita empolgação chamava atenção de todos com o talento para encenar as músicas tocadas no trio elétrico. 

“Esse bloco é tudo que a gente precisava: um espaço que nos representa. Aqui, a gente pode ser o que a gente quiser. É sensacional. Quem me dera se a cidade promovesse sempre eventos assim”, afirmou o rapaz, cuja a performance se tornou assunto de muitos celulares de foliões que queriam gravar as coreografias. 



Músicas internacionais davam o tom da festa, principalmente dos gêneros eletrônica e pop. Internacional também eram algumas das pessoas que curtiam o evento. Mariana veio de Londres, na Inglaterra, e curtia o carnaval de BH pela primeira vez desde a transformação sofrida pela festa na cidade nos últimos anos. 

“Está realmente sensacional. Tudo de bom. Lá em Londres não tem nada disso. Existe uma festa parecida que acontece em agosto, mas é mais recortada para o reggae. Eu sou de BH, mas é a primeira vez que venho nessa época do ano”, disse a mulher de 28 anos, confessando que não veio em fevereiro por causa do evento popular, mas aproveitou para “unir o útil ao agradável”. 

O italiano Gianlucca Lanzeta saiu de Nápoles, no sul do país europeu, para curtir a festa em BH. O DJ aproveitou o tempo livre e as economias para curtir o carnaval no Brasil.

“A energia é muito boa. Arrumei até uma gatinha aqui e é só felicidade. O fato de ser uma festa LGBT nada atrapalha. Pelo contrário, deixa fica tudo ainda melhor”, disse o folião, que “arranha” algumas palavras em português. 



O sucesso do carnaval de Belo Horizonte, classificado por muitos como o melhor do Brasil, fez Sônia Dias desistir do velho costume de ir para o Rio de Janeiro e continuar na capital mineira. 

“Ano passado fui para um bloco famoso no Rio, que aconteceu no sábado, mesmo dia do Então, Brilha (um dos blocos mais populares de BH). Os dois saem bem cedinho, mas o daqui estava muito melhor. Vi pela TV e percebi que o público era praticamente o dobro”, disse a professora. 

Ainda ontem, além do trio @bsurda, blocos de carnaval animaram a cidade em seus lados Leste, Centro e na Savassi. No Bairro Barro Preto, o “Me beija que eu sou pagodeiro”, neste ano, não só celebrou o pagode e o samba dos anos 1990, mas também homenageou a madrinha Beth Carvalho, que morreu em abril passado aos 72 anos.

Já na Avenida Getúlio Vargas, o bloco “Asa de Banana” trouxe sucessos das bandas de axé Chiclete com Banana e Asa de Águia.