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Bloco É o Amô tem até pedido de casamento e ensaio fotográfico

Depois de se conhecerem no carnaval, Danilo Leite e Ana Flávia decidiram fazer as fotos de casamento também no carnaval - Foto: Túlio Santos/em/D.A.Press

 

Por todas as formas de amor, o bloco É o amô levou milhares de foliões ao entorno do Mineirão, na Avenida Abraão Caram, na tarde deste domingo de carnaval. Embalados por um mix de músicas das antigas e outras da moda, quem escolheu o grupo sertanejo esqueceu da sofrência e se deixou levar pela alegria. Teve até pedido de casamento e ensaio fotográfico de noivos. Também não faltou discurso pela liberdade e democracia.

Considerada um dos hinos do sertanejo, Evidências, de Chitãozinho e Xororó abriu o desfile, que também teve clássicos de Leandro e Leonardo e levou o cortejo à loucura com a música que dá nome ao bloco É o amor, de Zezé de Camargo e Luciano. Para ajudar no romance, três correios elegantes recolheram e repassaram mensagens durante todo o desfile. E foi em um dos bilhetes que Marco Aurélio pediu em Casamento Marília. O bilhete foi lido do alto do trio elétrico.

E o bloco não teve só pedido.
A administradora pública Ana Flávia, 29 anos, e o advogado Danilo Leite, 31, escolheram o carnaval para fazer o ensaio fotográfico de casamento. Os dois se conheceram em um carnaval há 7 anos e vão casar no dia 19 de outubro. "Sou do interior é sempre gostei muito de sertanejo", disse Ana. E o noivo completou: "A gente é a prova que amor carnaval dura", disse.

A fotógrafa Val Gonçalves, que clicou o casal junto com o marido Wander, disse que é um desafio fotografar em um evento com tantas pessoas. " Foi um desejo da Anna e do Danilo, que se conheceram no carnaval.  Nesse caso a fotografia ajuda a contar a história deles."

O Mestre de bateria Di Souza fez discurso exaltando a democracia e o carnaval de rua de Belo Horizonte. Lembrou a luta dos movimentos sociais para ocupar as ruas de BH e disse que muita gente tomou bala de borracha para a festa de hoje se tornar uma realidade.


Por fim disse que não seria nem preciso puxar um "Ele não", "porque aqui ele já não pisa de jeito nenhum mesmo", afirmou em referência ao presidente Jair Bolsonaro. Nos microfones, o bloco também exaltou todas as formas de amor.


Segundo Gabriela Antunes, uma das fundadoras do grupo, uma das preocupações do bloco é com a sororidade, que é a aliança entre as mulheres. "Desde o início sempre tivemos essa preocupação, porque no universo sertanejo muitas músicas objetificam a mulher. Então, algumas letras são modificadas para tentar tirar a ideia de rivalidade entre as mulheres", disse. O grupo também tenta tirar o sertanejo do universo exclusivamente heterossexual e dos machões, passando a ideia de que a música é para todos.

O bloco É o Amor, que estreou no carnaval de BH no ano passado na Avenida Getúlio Vargas foi este ano para a Pampulha por causa do crescimento. Se em 2018, esperavam receber 70 mil pessoas e vieram 150 mil, em 2019 a expectativa era de 200 mil foliões. O público participante deste ano não foi divulgado.

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