Crescimento expõe necessidade cada vez maior de descentralização do carnaval de BH

A festal deste ano começa a consolidar outro movimento, que se mostra essencial para a sobrevivência e a harmonia da folia, o #DescentralizaBH

por Renan Damasceno 13/02/2018 07:00
Zero Três Um/Divulgação
Bloco Baianeiros saiu pelas ruas do Castelo, domingo, em Belo Horizonte (foto: Zero Três Um/Divulgação)
O folião que, no início desta década, curtiu os blocos de Belo Horizonte pela primeira vez, certamente, legendou alguma de suas fotos em redes sociais com a hashtag #carnavalizaBH. A expressão nasceu e se disseminou pela internet como um grito, uma manifestação para que a capital mineira abandonasse aquele marasmo pudico e caísse de corpo, alma e tamborins nas mãos aos encantos de Momo.

O carnaval 2018 começa a consolidar outro movimento – que se mostra essencial para a sobrevivência e a harmonia da festa: o #DescentralizaBH. Não que o tema descentralização seja uma bandeira nova. Blocos como Tchanzinho Zona Norte nasceram justamente com esse propósito e outros cortejos outsiders, como Filhos de Tcha Tcha e Pena de Pavão de Krishna, sempre se pautaram, por ideologia, em levar o carnaval para comunidades e bairros à margem dos olhos do poder público.

Neste ano, o tema entrou também na pauta das grandes festas do circuito oficial. A hashtag acompanhou, desde os ensaios, o discurso de blocos como Beiço do Wando, que desfilou às margens da Lagoa da Pampulha, se consolidando entre os principais nomes do carnaval da capital. Também no domingo, o Baianeiros, projeto de um ex-baixista do Chiclete com Banana, surpreendeu ao sair pela segunda vez pelas ruas do Bairro Castelo e atrair mais foliões que a própria estrutura comportava.

Ainda no pré-carnaval, outros blocos fizeram bonito muito além dos limites da Contorno, como o tradicional Renafolia, no Renascença; o Arrastão do Hott, na Pampulha; e o Garota eu vou pro Califórnia, que vem se firmando como uma das atrações no fim de semana que antecede o carnaval.

Hoje, para quem quer fugir do congestionamento nos acessos ao centro, não faltam atrações: você pode aproveitar o maracatu do Pisa na Fulô, no Carlos Prates; as marchinhas do Esperando o Metrô, no Barreiro; o Monobloco, no Mineirão; e até o jazz, no desfile do imperdível Magnólia, no Caiçara – enfim, tem opção até para quem não gosta de carnaval.

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