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Carnaval na avenida

Escolas de Samba mostraram que mineiro também sabe desfilar na avenida do samba

Cerca de 20 mil foliões compareceram aos desfiles na Avenida Afonso Pena

Ala da Canto da Alvorada, que homenageou a cidade de Pintangui - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A PressPode não ter a badalação, a estrutura ou ser espetacular como as apresentações do Rio de Janeiro ou esbanjar a riqueza de São Paulo. Mas o Carnaval de Belo Horizonte decidiu mesmo surpreender. As seis escolas da capital que desfilaram ontem na Avenida Afonso Pena, deram seu recado e mostraram que mineiro também sabe encantar na passarela do samba. Fizeram bonito como os blocos que arrastaram milhares de foliões. Cerca de 20 mil foliões foram prestigiar as escolas e quem deu boas vindas ao desfile foi o grupo litúrgico-religioso Afoxé Bandarerê, com a missão de promover a comunidade afro cultural e a integração da alegria dos terreiros.

O presidente do Afoxé, Márcio Eustáquio disse que desde o fim dos anos 1970 o grupo de afoxé estava ausente da avenida. “Retomamos. É tradição no Brasil inteiro o afoxé abrir os desfiles das escolas. É Exu, orixá da rua, abrir os caminhos para todo mundo se divertir em paz”.

Com os olhos voltados para a disputa, os prêmios são de R$ 50 mil para o primeiro lugar, R$ 25 mil para o segundo e R$ 12,5 mil para o terceiro, as escolas foram julgadas pela performance da bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, alegorias e adereços, fantasias, comissão de frente e desempenho do mestre-sala e da porta-bandeira. A primeira e entrar na avenida foi a Canto da Alvorada com 750 integrantes em 12 alas, três carros alegóricos e três tripés.

Com o samba-enredo “País do Pitangui”, de Ricardo Barrão, a escola homenageou a cidade do centro-oeste mineiro. Com bateria afinada e de arrepiar, a escola fundada na sede do Clube Atlético Mineiro, mostrou que quem canta na alvorada é o galo. “Segura coração aguenta aí”, celebrava o samba que sacudiu a arquibancada.

As baianas, com fantasia de Nossa Senhora do Pilar, se destacaram pela riqueza em azul e ouro. Norma de Fátima, de 61 anos, estava emocionada depois dos rodopios. “Sou baiana há seis anos, é maravilhoso”. Já Maria Eduarda, de 6 anos, na ala das crianças, estava feliz da vida como boneca de pano. “Foi meu primeiro desfile e acho que sambei direitinho”.

A segunda escola a se apresentar foi a Força Real. A proposta foi um passeio por Minas Gerais homenageando Sinhá Olympia, folclórica personagem de Ouro Preto. A escola fez um desfile de garra das comunidades dos bairros Dom Bosco e Ipanema. Eles ficaram sem ônibus, o pneu do carro abre-alas furou à tarde, mas a escola chegou inteira na avenida e saiu orgulhosa do seu carnaval. O prefeito Marcio Lacerda (PSD), que acompanhou os desfiles, avaliou de forma positiva o carnaval: “É importante para a população que gosta e participa. Nossa tarefa é estimular, organizar, dar infraestrutura e segurança. É uma festa da cidade. Já pensamos em 2016”, afirmou.