Bloco do Moreré esquenta a quinta-feira pré-carnaval na Avenida Brasil

Nascido em Santa Tereza, bloco reúne milhares de foliões na Região Centro-Sul de BH

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Apresentação de candomblé marca abertura das atividades do Bloco do Moreré (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Nas ruas de Belo Horizonte desde 2011, o Bloco do Moreré faz seu retorno à folia nesta quinta-feira, 12, com status de atração principal da véspera de carnaval. Criado por amigos a partir de uma ideia que brotou durante roda de samba na Bahia, o bloco carrega em seu repertório os sambas clássicos de outros tempos, aliados a composições mais modernas e — um fator incomum — faixas autorais.

 

Veja fotos do Bloco do Moreré nesta quinta-feira

 

Provando que o carnaval não obedece regras, a concentração marcada para as 17h só começou a decolar por volta das 18h na Avenida Brasil, altura do número 41. Foi para lá que o bloco se mudou no ano passado, depois que passou a arrebanhar multidões que as imediações do Bar do Orlando, em Santa Tereza, já não comportavam.

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Fernanda Roscoe estava na Bahia e voltou a BH para curtir carnaval da capital mineira (foto: Rafael Passos/EM/D.A Press)
A Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênica, teve gramados cercados para garantir a preservação. Ainda às 17h, o trânsito na avenida já havia sido fechado nas esquinas com as ruas Grão Pará e Álvares Maciel, para oferecer mais conforto e segurança aos foliões. O Moreré atua no estilo "concentra-mas-não-sai", ou seja, sem grandes locomoções. O espaço reservado tinha bares cheios desde o fim da tarde, além da estrutura de barracas montadas especialmente para oferecer comida — e é claro, muita bebida — aos seguidores da festa.

 

Uma das primeiras a chegar ao Moreré, a educadora física Fernanda Roscoe curte o carnaval de BH pela quarta vez. Somente na pré-temporada deste ano, já passou pelos blocos Chama o Síndico, Mama na Vaca e Pula Catraca. Hospedada na Bahia até a semana passada, a educadora conta que não hesitou ao deixar a terra do axé para curtir a folia na capital mineira. "O carnaval de BH veio para ficar", comemorou.

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Fernanda (à esquerda) convenceu a amiga Renata a passar o carnaval em BH (foto: Rafael Passos/EM/D.A Press)
Ainda antes do bloco começar a tocar, o clima de otimismo em relação à folia era generalizado. "A expectativa é a melhor possível", afirmou a advogada Renata Fraga, de 27 anos. Ela conta que foi convencida pela amiga, Fernanda Gigliotti, a passar o carnaval na capital. Renata, que já curtiu a folia em Ouro Preto, Salvador e Rio de Janeiro, garante que não se arrependeu da escolha para este ano. Empolgada, a advogada contou que planeja fazer um "tour carnavalesco" por BH, desfilando em 3 ou 4 blocos por dia.

 

Por volta das 20h, os músicos do Moreré subiram ao palco. 'A flor e o espinho', de Nelson Cavaquinho, deu início à jornada que o bloco faz por sambas clássicos, sem perder a mão nos contemporâneos.

 

Confira vídeo do Moreré interpretando 'A flor e o espinho':

 

Com expectativa de 20 mil pessoa na Avenida Brasil para assistir à apresentação do Moreré,  o esquema de segurança contou com boa estrutura. A folia acontecia ao lado da sede do 1º Batalhão da Polícia Militar e o polciamento ostensivo apresentava bom número. Ambulâncias e um centro de atendimento médico também estavam a postos.

 

A presença de ambulantes na área demarcada para o bloco foi vetada pela Prefeitura de Belo Horizonte. No começo do evento, também era proibido que foliões entrassem carregando as próprias bebidas. Contudo, por volta das 20h45, os fiscais liberaram que cada pessoa entrasse com uma latinha. Segundo um fiscal ouvido pela reportagem, a mudança na instrução foi ordem da própria PBH.

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