Desfiles de blocos foram marcados pela alegria e descontração em BH

Fantasias originais e romance deram o tom dos desfiles na Região Centro-Sul da capital

por Estado de Minas 08/02/2015 06:00
Ramon Lisboa/EM/D.A. Press
Mamá na Vaca atraiu centenas de pessoas pelas ruas do Bairro Santo Antônio (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)

A luta das ninjas de espadas de plástico contra os cowboys de chapéu cor-de-rosa e a guerra de estalinhos das crianças que corriam entre os foliões foram os únicos embates nos blocos que fizeram ontem o pré-carnaval de rua de Belo Horizonte. O mau tempo e o grande número de blocos – foram ao menos 28 listados oficialmente – fizeram desse esquentar de tamborins para a folia da semana que vem um desfilar tranquilo e organizado, sem as cenas vistas no ano passado, quando milhares se espremiam nas ruas de bairros residenciais, bloqueando o trânsito, sem espaço para caminhar, ir a banheiros, comprar refrescos e cerveja. Melhor para as famílias que puderam levar os pequenos para se divertir com mais segurança e tranquilidade.


O clima cinzento e a chuva que caiu de manhã atrapalharam os blocos marcados para mais cedo, obrigando alguns a cancelar sua festa, e atrasou a programação de outros. Nos morros íngremes do Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de BH, a visão da nuvem carregada que cobria a Serra do Curral não inibiu as baterias de duas folias simultâneas: o Bloco Mamá na Vaca, na Rua Santo Antônio do Monte; e o Santo Bando, na Rua Paulo Afonso. Na primeira, que contou com cerca de 400 pessoas, a homenagem aos ruminantes que dão nome ao bloco é exposta em balões e fantasias malhadas. E eram muitas as fantasias de gado leiteiro ,com tetas exageradas e muitas manchas pretas no pelo branco: vaca monstro, vaca louca, vaca ninja e até uma vaca de martelinho de plástico distribuindo golpes de brincadeira em quem passava por ela. No embalo do Mamá na Vaca, o Toca Raul também se destacava na festa com foliões fantasiados de roqueiros.


Nos últimos três anos, a artista plástica paulista Valéria Teixeira, de 47 anos, sai pelas ruas do Santo Antônio atrás da bateria do Mamá na Vaca. “É muito divertido. Aqui, todo mundo está alegre e a paz impera. É muita tranquilidade para ser feliz no carnaval. E vamos ficar em BH para o carnaval também”, avisa. Ao seu lado, o amigo Zepa Neves, que é professor de artes plásticas, incorporou o mascote da folia e dançou com animação as marchinhas tradicionais, que são o destaque do bloco. “Aqui, nos tornamos todos vacas desse Curral Del Rey”, brincou.

PAIXÃO MOMESCA Alguns quarteirões abaixo, a folia do Santo Bando levou mais pessoas para as ruas e tinha um perfil um pouco mais jovem, com músicas mais voltadas para esse público, como axé e até carros com porta-malas abertos tocando funk nas ruas próximas. No meio dos confetes e serpentinas, rapazes e moças flertaram em meio a danças e gracejos, deixando as máscaras de lado para beijos apaixonados. Ambulantes legais e irregulares impulsionaram o combustível alcoólico da folia, com os chup-chup de cachaça e vodca aparecendo como novidades.

O trânsito também ficou um pouco confuso, porque nem todos os blocos seguiam o traçado combinado com a BHTrans. No Santa Teresa, na Região Leste, as festas previstas para a Praça Duque de Caxias e para a região do Cardoso, também não atraíram tanta gente quanto nos anos anteriores. O policiamento, no entanto, foi reforçado e houve até blitz na Rua Mármore, um dos principais acessos ao bairro boêmio.

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