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Noite de reencontro

Blocos caricatos desfilam pela Avenida Afonso Pena

Reduto há 20 anos não recebia os carnavalescos de BH. Público lotou as arquibancadas

Luciane Evans
Com 95 integrantes, os Estivadores do Havaí abriram o desfile na Região Central inspirados em homenagem ao Egito antigo: hoje será a vez de seis escolas de samba - Foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS Depois de 20 anos longe das suas origens, uma tradição carnavalesca de Belo Horizonte voltou à Avenida Afonso Pena, no Centro. Ontem foi dada a largada para os tradicionais desfiles da cidade, que desde 1994 não ocorriam ali. No primeiro dia, nove blocos caricatos levaram a multidão. Segundo a Belotur, cerca de 25 mil pessoas acompanharam a festa, entre elas muitas famílias. Hoje, a partir das 19h, será a vez das seis escolas de samba. A expectativa é de que haja a mesma quantidade de pessoas.
Veja mais fotos do desfile do bloco caricato Estivadores do Havaí

Para o retorno em grande estilo, o bloco Estivadores do Havaí foi o primeiro a se apresentar e levou para o público o enredo Rio Nilo no Antigo Egito. Com fantasias de múmias e esfinges, a agremiação contou com a participação de 95 foliões. “A nossa alegria está de volta. Desfilar de novo na Avenida Afonso Pena é, para nós, o resgate da nossa tradição”, comentou, entusiasmada, uma das diretoras, Joice Mangabeira. Seu marido, Rodrigo Gomes, que sempre esteve à frente da diretoria, não resistiu e, pela primeira vez, resolveu fazer parte como folião. “É maravilhoso”, comemorava.

Os outros oito blocos caricatos relembraram mitos e ícones da cultura nordestina, exaltaram o Festival de Parintins, destacaram a Escola Integral em Belo Horizonte, celebraram o Congado de Chico Rei e homenagearam a Praça da Estação, um dos símbolos da capital. Ao todo, foram 1,3 mil pessoas com um sonho na cabeça e muito samba no pé. O bloco que se classificar em primeiro lugar ganhará R$ 25 mil; o segundo colocado, R$ 12,5 mil; e o terceiro, R$ 6,2 mil.

 Marca registrada do carnaval da capital, os blocos caricatos estão ligados à origem da festa na cidade, em suas primeiras manifestações ocorridas ainda no fim do século 19. “É algo exclusivo de BH que está crescendo”, disse o presidente da Belotur, Mauro Werkema. Na arquibancada, à espera das novidades e da alegria dos blocos, a aposentada Santinha Conceição da Silva contou que, ontem, foi a primeira vez que saiu de casa para assistir ao evento. “Antes era muito longe e, agora, ficou mais perto da gente.”

O desfiles tradicionais eram feitos na Avenida Afonso Pena. “Em 1994, passaram para a Via 240, na Região Norte. Em 2010, voltaram para o Centro, na Praça da Estação e, neste ano, eles estão de volta à origem. Aqui, na Afonso Pena, é o local ideal, pois tem espaço para um público grande e também para os blocos e escolas de samba que, com o tempo, só têm crescido na cidade”, afirmou Werkema.