Neste ano, o grupo homenageou o centenário do cantor e compositor baiano Dorival Caymmi. Suas músicas foram tocadas, além de timbalada, olodum e sucessos do carnaval baiano. “É inacreditável o acolhimento. É só alegria, com pessoas amáveis. Segui no ano passado e me apaixonei. Neste ano, estou na bateria”, contava o autônomo Gilson Reis, de 52 anos, que tocava o surdo, instrumento de marcação da percussão. “É isso que vale na vida. Assim que a vida flui”, disse, ao entrar na formação da banda.
À frente dos tambores estava o Grupo Requebra, formado no ano passado em um ensaio do bloco das baianas. “Nós percebemos que muita gente gostava mais de dançar do que tocar. Foi muito natural a formação”, relatou uma das integrantes, a massoterapeuta Daniela Modesto, de 26 anos, vestida a caráter. “Muitos querem usar o corpo e gostam de axé. Usamos passos simples para o público acompanhar”, diz. O que se viu foram foliões entregues à coreografia dos 70 componentes. De idosos a crianças, o bloco reuniu famílias, como a da publicitária Verônica Guedes Magalhães da Rocha, de 29 anos, que levou a sobrinha de apenas nove meses. A dupla estava fantasiada de Minnie. Os avós também seguiram a pequena. Com óculos coloridos, o engenheiro Wagner da Rocha, de 70 anos, entrou na dança com a netinha. Sua mulher, Vera Maria Guedes Magalhães da Rocha, de 64 anos, era só elogios à festa. “Está bem diversificado e não atrapalha o trânsito. Chegamos tranquilamente. Os pontos estão bem localizados”.
Domingos Medussa, de 36 anos, carpinteiro
O exótico porta-bandeira do Bloco Baianas Ozadas virou atração na Praça da Liberdade. Com uma saia branca longa, miçangas coloridas enroladas no peito e um turbante exótico, Domingos Medussa, de 36 anos, ganhou fãs. O carpinteiro esbanjava simpatia por onde passava. Muitos foliões, principalmente crianças, pediam para tirar fotos com ele, que se destacou em meio ao tapete branco do bloco de rua. “Conheci os meninos em 2012. Eu era da bateria, mas faltou um instrumento oficial e assumi o posto de porta-estandarte. Vim vestido de baiana”, brincou, antes de abrir alas para o grupo passar.