Sapo Seco sai pelas ruas de Diamantina levando a multidão

O destaque fica por conta dos homens que desfilam em volta do carro alegórico

por Tiago de Holanda 03/03/2014 11:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Ramon Lisboa/EM/D.A Press
No Sapo Seco, bloco que desfilou pelas ruas de Diamantina ontem, a maioria dos foliões estava fantasiada. (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Milhares de foliões acompanharam ontem o Bloco Sapo Seco, um dos mais antigos de Diamantina. Ele partiu da Praça Doutor Prado e seguiu até o Largo Dom João, no Centro Histórico. A multidão era puxada por um carro alegórico com uma grande réplica de um sapo verde. Nos limites do cordão, como manda a tradição, podiam desfilar apenas homens. As mulheres seguiam do lado de fora. Havia famílias e gente de todas as idades.

A maioria dos foliões usava fantasia, como o designer gráfico Carlos Adriano Botelho, de 47 anos. Ele estava de namoradeira, com uma janela de isopor presa a seu corpo, pintada de azul, na qual ele fingia se debruçar, com o semblante sonhador. Muita gente o chamava para tirar fotos. “Espero encontrar um bom pretendente hoje”, brincou ele, que tinha uma peruca e um vestido de chita com estampa florida.

O Sapo Seco era animado por uma banda que tocava marchinhas. “O bloco desfila há 92 anos”, informou um dos organizadores, o empresário Waldner Pires, de 49, que estava vestido como uma mulher um tanto desleixada. “O carnaval deste ano está melhor, com menos gente, menos sujeira nas ruas”, acrescentou.

Em meio à alegria, o excesso no consumo de álcool levou algumas pessoas a serem atendidas no pronto-socorro da Santa Casa da cidade, para onde são encaminhados esses casos. A instituição informou que ainda não tem um balanço do número de atendimentos já realizados. “Esse número será divulgado na quarta-feira de cinzas. Já recebemos muita gente”, disse uma funcionária, sem querer se identificar.

Na ruas do Centro Histórico, onde a festa se concentra, o Estado de Minas flagrou dezenas de jovens passando mal por estarem alcoolizados. Alguns vomitavam na rua, outros precisavam ser carregados por amigos.

Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Adriano Botelho, vestido de namoradeira (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
EXCESSOS Na madrugada de sábado, nos arredores da Rua da Quitanda, caída em um passeio, uma menina estava quase desacordada, sem conseguir falar direito. Um dos jovens que a acompanhavam disse que ela havia bebido muito. Enquanto o socorro pedido por telefone não chegava, um rapaz apoiava sua cabeça com uma das mãos, para ela não se engasgar com o próprio vômito.

Matheus Breguês Rocha, de 20, mora em Betim, na Grande BH, e está hospedado com amigos em uma república estudantil no Centro Histórico. O preço pago pela estada inclui bebida à vontade, segundo ele. “Nos dois dias de carnaval (sábado e ontem) teve ambulância indo lá para socorrer gente bêbada. Está rolando muito álcool”, disse ele, que estuda sistemas de informação. Um dos amigos, Alexandre Martins, de 27, acrescenta: “Não é só bebida. Tem ‘doce’ (gíria para ácido lisérgico), loló, tudo”.

MAIS SOBRE CARNAVAL