Dudu Nicácio grava disco com a banda A Fase Rosa dedicado à Folia de Momo

Novo trabalho do cantor do Bloco da Cidade aborda ritmos variados como o ijexá, marchinha, frevo, afoxé e samba

por Ailton Magioli 20/01/2014 07:00

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Beto Novaes/EM/D. A PRESS
O CD que Dudu Nicácio gravou com A Fase Rosa será lançado no carnaval mas os shows começam em fevereiro (foto: Beto Novaes/EM/D. A PRESS)
Para uma cidade que até 2009 praticamente não vivenciava o carnaval de rua, após longo hiato, Belo Horizonte continua surpreendendo os foliões. Depois do retorno dos blocos, com força total, e da instituição de concursos de marchinhas e de fantasias, com participação crescente do público, chega a vez de Dudu Nicácio, do Bloco da Cidade, lançar um disco independente, integralmente dedicado à época.


Trata-se de 'Coisa de louco', que o cantor e compositor gravou com a banda A Fase Rosa, cujo repertório vai do ijexá à marchinha, passando pelo frevo, afoxé, axé e, claro, samba, todos devidamente modernizados. O lançamento do CD, puxado pela faixa-título – um ijexá da parceria de Dudu com o dramaturgo Fernando Limoeiro –, será às vésperas do carnaval, com download disponibilizado no site www.dudunicacio.com.br, além de no Facebook. Já a agenda de shows será inaugurada no mês que vem.

Além de desfilar com o Bloco da Cidade, o cantor e compositor anuncia a criação do infantil Fera Neném, inspirado na experiência da paternidade de Joana, há um ano. “Espero, ainda, convites para tocar em outros blocos”, afirma o animado Dudu. O retorno do carnaval de rua à capital trouxe, segundo o artista, ganho imediato: o reacendimento da paixão pela folia. “Sem paixão não há carnaval”, acredita Dudu Nicácio.

ONDA DIFERENTE

A sugestão da banda de rock A Fase Rosa para a gravação do disco veio do produtor Leo Moraes, que viu no encontro a oportunidade de criar uma “onda diferente”. “Achei legal testar a guitarra elétrica com o carnaval, como já havia feito o trio elétrico”, explica Dudu, enquanto o guitarrista Thales Silva vê na parceria a oportunidade de se conectar com a tradição da música brasileira.

Ao lado do também guitarrista Rafael José, do baixista Rodrigo “Boi” Magalhães e do baterista Fernando Monteiro, ele integra a banda que também se deparou com a oportunidade de associar folia com trabalho. Distantes do cavaquinho e da percussão, Dudu Nicácio e A Fase Rosa prometem embalar os foliões com variadas temáticas, que vão do mistério da alegria às utopias e ilusões vividas no cotidiano das cidades, passando pelos encontros amorosos, fortuitos, do carnaval, além do prazer de se manifestar.

Segundo Dudu, mesmo que haja brasileiros em festa o ano inteiro, a maioria da população adere ao reinado de Momo somente agora, em fase de total encantamento, em busca do resignificado do espaço cotidiano. “É pra avenida que eu vou/ Vou pra avenida brincar....”, puxa a marchinha do repertório do novo disco de Dudu, no qual a valorização do espaço urbano é resgatada.

 
SÓ FESTAS Se em um primeiro momento, na opinião da artista, o poder público surgiu como opositor e dificultador do carnaval de rua de Belo Horizonte, hoje, a realidade é outra, mesmo que os envolvidos na formação de blocos fiquem perdidos em relação ao rumo tomado pelos desfiles. “Na cidade, não há o carnaval espetáculo, mas sim a festa, o encontro dos blocos”, pondera Dudu.

“Que cada um crie o seu bloco e saia brincando”, prega ele, salientando que esta é a essência do carnaval de rua de BH, cabendo ao poder público regulamentar a festa. “Mas os blocos são rebeldes por natureza”, adverte, admitindo a existência de uma consciência no processo, mesmo que muitos blocos estejam replanejando o local de saída do desfile, para evitar a concentração exagerada de foliões.

Ano passado, o número de blocos ultrapassou os 70; este ano, Dudu Nicácio prevê a participação de cerca de 200, diante da existência de um processo “em cadeia”, no qual um bloco puxa o outro. “Melhor que haja muitos. Que o movimento se pulverize pela cidade”, avalia o artista, adepto da ideia de dezenas de blocos menores, em vez dos megablocos.


REPERTÓRIO DE COISA DE LOUCO

Utopia ou ilusão? Dudu Nicácio
As meninas, Dudu e Camila Nicácio
Manda, Dudu Nicácio
Coisa de louco, Dudu Nicácio e Fernando Limoeiro
Festeretê, Dudu Nicácio
Alegria real, Dudu Nicácio
Manifesta, Dudu Nicácio
Suavemente, Dudu Nicácio
Tô no Bloco da Cidade, Dudu Nicácio e Donelisa

SAIBA MAIS

ALEGRIA EM DOBRO

Com cadastramento on-line realizado até o dia 20, a Belotur vive a expectativa de dobrar o movimento do carnaval de rua da cidade. “Ano passado, 73 blocos se cadastraram, mas cerca de 100 desfilaram. Este ano, esperamos cadastrar cerca de 200 agremiações”, contabiliza Roberta Andrade, da assessoria de imprensa do órgão municipal de turismo. “O número de foliões também deverá dobrar”, prevê ela, na expectativa de que os blocos atraiam pelo menos 1 milhão de pessoas durante o reinado de Momo.

Concurso de marchinhas

As inscrições para a terceira edição do Concurso de Marchinhas Mestre Jonas foram prorrogadas até dia 27, diante do sucesso da iniciativa. Até o fim de semana, o evento somava mais de 70 inscrições, com a participação de concorrentes de todo o estado, além de parcerias com autores mineiros. Os interessados no regulamento do concurso e no formulário de inscrição devem acessar a página no Facebook. Segundo o produtor Kuru Lima, da Cria Cultura, um dos inscritos teve 128 mil visualizações na página, em apenas dois dias. A primeira edição do evento, em 2012, consagrou Na coxinha da madrasta, enquanto Imagina na Copa saiu vencedora no ano passado.

 

AGENDA PRÉ-CARNAVAL

14 fevereiro – Baile do 3º Concurso de Marchinhas Mestre Jonas, na quadra da Escola de Samba Cidade Jardim, no Bairro Cidade Jardim.
21 fevereiro – 27º Baile dos Artistas, no Granfinos, em Santa Efigênia
22 fevereiro – 29º Desfile da Banda Mole, em quarteirão fechado da Avenida Afonso Pena, Centro 

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