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BH: conheça blocos de carnaval com ações de inclusão social

São vários blocos que desfilam com a bandeira em defesa do direito das pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e conscientização sobre doenças

Bloco de rua Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Isabela Bernardes clock 24/01/2023 17:45
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Uma festa democrática como o carnaval também deve reservar espaços de inclusão para pessoas com diferentes tipos de deficiência. Em Belo Horizonte, alguns blocos de rua nasceram de iniciativas voltadas para o público e já têm datas marcadas para a folia. Além disso, a Prefeitura de BH fará um espaço para pessoas com deficiência no palco da Praça da Estação e na passarela para os desfiles das escolas de samba e dos blocos caricatos.

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Conheça os blocos de rua em BH que terão ações voltadas para pessoas com deficiência: 
  • Tamborins Tantaãs
Segundo Felipe André Martins, produtor geral do bloco, a inclusão sempre foi trabalhada no Tamborins Tantaãs. "O idealizador, Ney Henrique Mourão, trabalhou a questão da saúde mental dentro e fora do bloco. Nós o perdemos ano passado, mas seguimos com as ações de inclusão. Nosso desfile em si é numa área plana, no entorno do Mercado Central; nossa única corda é em volta do trio elétrico, mas é aberto a tudo e a todos, aceitamos todos os públicos", diz. 

Desfile: Sábado, 4/2
Concentração: Avenida Augusto de Lima, 744, Centro
Horário: 16h30
  • Todo Mundo Cabe no Mundo
O conhecido "Todo Mundo cabe no mundo" foi idealizado por Marcelo Xavier, que é cadeirante. "O nome já diz: Todo mundo cabe no mundo. É um bloco aberto a todos, super democrático, aqui não admitimos preconceito", diz Marcelo. 

O primeiro desfile foi em 2016, e a ideia surgiu após uma conversa dele com o genro. "A ideia começa por mim, que sou cadeirante, e sempre tive muito contato com escolas de inclusão, então fomos para a rua, e nossa bandeira sempre foi a de que o carnaval de rua é a maior das artes populares no mundo". 

Desfile: Domingo, 19/2, 
Concentração: Rua Piauí, 631- Santa Efigênia
Horário: 9h
  • Chega o Rei
Desfilando pelas ruas de BH desde 2018, o bloco foi criado pelos mesmos participantes de um antigo grupo de percussão do bairro João Pinheiro, região Noroeste de BH. "Tínhamos um projeto voltado para crianças e adolescentes, que durou cerca de dez anos. As mesmas pessoas se reuniram anos mais tarde e criaram o bloco, em 2018. O nome é em homenagem ao Rei Roberto Carlos, mas, neste ano, também faremos homenagens a outros reis e rainhas da música, como Gilberto Gil, Gal Costa, Chico Sales e Caetano Veloso", explica Karla Nádila, organizadora do bloco.

A principal mudança do bloco é no trajeto, que antes era longo. "Percebemos que as pessoas deficientes não conseguiam acompanhar, por isso, diminuímos o caminho e vamos andando bem devagar. As pessoas deficientes ficam na primeira fila e puxam a bateria, andando no ritmo deles. Fazemos algumas pausas, uma delas é em frente a um asilo, e entregamos rosas", explica.

Desfile: Terça, 21/2
Concentração: Rua Frei Conceição Veloso, 145 (Mercado Cultural 145)
Horário: 10h
  • Apaetucada
O Apaetucada é uma das ações realizadas pela APAE-BH (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) em prol das pessoas com deficiência. Segundo a gestora de assistência social da entidade, Mayra Camilo, é um grito de esperança e inclusão. "Nosso bloco é composto por pessoas com deficiência e suas famílias. Ele tem como objetivo incluí-las em ações culturais. Usamos o canal para poder dar nosso grito em defesa do direito das pessoas com deficiência", diz. 

"O desfile tem uma simbologia relacionada a luta. Convidamos várias outras instituições que trabalham a mesma proposta. Também temos a participação de pessoas que não têm deficiência, mas para ser da bateria só podem os atendidos pela Apae. São 80 ritmistas, uma média de 45 a 50 são pessoas com deficiência, os outros são familiares e colaboradores da instituição".

Desfile: Sábado, 11/2
Concentração: Rua Cristal, 78- Santa Tereza
Horário: 14h
  • US Beethoven
O bloco é em homenagem ao compositor Beethoven, que foi ficando surdo ao longo da vida. "A gente sai no carnaval com a proposta de abraçar a causa das pessoas que têm mobilidade reduzida e pessoas com deficiência. Temos um lado da bateria que é protegido por uma corda, para que eles possam aproveitar com tranquilidade", explica Fernanda Oliveira, organizadora e regente da bateria.

O diferencial deste bloco é que não há um trajeto a ser percorrido, facilitando a presença de pessoas com problemas de mobilidade. "A Prefeitura de BH tem uma premissa de trajeto, mas temos uma autorização de não precisar andar, para prestigiar pessoas que tem impossibilidade de locomover ou apresentam alguma dificuldade, como aquelas que usam andador, muleta ou cadeirantes", diz. Além disso, o bloco também conta com banheiros químicos adaptados. 

Desfile: Sábado, 11/2 
Concentração: Praça da Liberdade
Horário: 13h
  • Gato Escaldado 
O Gato Escaldado surgiu em 2010, com um grupo de amigos do bairro Sion, região Centro-Sul de BH. "Nossa primeira causa era a defesa da mata das borboletas. Anos depois, conhecemos um coletivo de pais que têm filhos com a doença epidermólise bolhosa. Nos sensibilizamos com a causa e abraçamos a situação, agora o nosso bloco divulga e conscientiza sobre a doença", diz o diretor Fernando Trindade. 

Segundo o Ministério da Saúde, a epidermólise bolhosa é uma doença genética e hereditária rara, que provoca a formação de bolhas na pele por causa de mínimos atritos ou traumas e se manifesta já no nascimento. 

O grupo também realiza o "Carnadown", voltado para pessoas com síndrome de down, e, neste ano, a proposta do bloco também inclui dar visibilidade para a comunidade da Vila do Acaba Mundo, que está próxima ao bairro Sion.

Desfile: Sábado, 18/2
Concentração: Praça Alaska
Segundo a PBH, não há obrigatoriedade dos blocos para fazerem adaptações, mas o edital de auxílio financeiro pontua os grupos que realizam ações inclusivas e conseguem comprová-las. Outro ponto importante para tornar o carnaval de fácil acesso é a locomoção, e, segundo a BHTrans, 100% da frota do sistema municipal de transporte coletivo por ônibus é acessível e a cidade tem 24 táxis acessíveis em operação na cidade e foram licitadas 60 novas permissões. 

Tags:  #carnauai
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