Responsável por imagens icônicas da cena cultural brasileira desde os anos 1970, a mineira Vania Toledo morreu ontem, aos 75 anos, em São Paulo. Ela estava internada na Santa Casa e teve complicações provenientes de infecção urinária, que levaram a uma septicemia e quadro de arritmia cardíaca.
A fotógrafa tinha uma visão arrebatadora do ofício: "Fotografia é retrato da alma", dizia. Seu filho, Juliano, postou uma mensagem de despedida no Facebook. "E com muita dor, mas muita dor que venho comunicar o falecimento da minha mãezinha querida.... Voaaa mamãe! Te amo infinito!!!", escreveu.
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Trabalhou para diversos órgãos de imprensa do Brasil e também do exterior, como Vogue, Interview, Claudia, Veja, IstoÉ, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Time, e Life. Em 1981, abriu seu estúdio. Sempre ligada às artes, foi responsável pela produção de várias capas de livros, discos, além de calendários.
Logo no início de sua trajetória, em 1980, revelou-se uma profissional ousada, fazendo as imagens para o livros com nus masculinos (no livro Homens – Ensaio, apresentou fotos de nus masculinos de artistas como Caetano Veloso e Ney Matogrosso). Em 1992, vieram os nus femininos, com atrizes revelando suas fantasias, com a qual foi premiada e ganhou exposição.
Logo no início de sua trajetória, em 1980, revelou-se uma profissional ousada, fazendo as imagens para o livros com nus masculinos (no livro Homens – Ensaio, apresentou fotos de nus masculinos de artistas como Caetano Veloso e Ney Matogrosso). Em 1992, vieram os nus femininos, com atrizes revelando suas fantasias, com a qual foi premiada e ganhou exposição.
Ela registrou com sua câmera desde a passagem do autor espanhol Fernando Arrabal por São Paulo na época da montagem de Cemitério de automóveis (1968), passando por importantes encenações como O balcão (1969), Macunaíma (1978), Hair (1968), Fala baixo senão eu grito (1969), O Mistério de Irmã Vap (1988) e A vida é sonho (1991), entre muitas outras. Um de seus últimos registros foi do musical Tom e Vinicius, em 2008.
LUZ PRÓPRIA
Ícones da música brasileira como Ney Matogrosso (Capa do álbum Sujeito estranho, lançado pelo por ele em 1980), Rita Lee (álbum Bossa'n'roll, de 1991), Caetano Veloso, Frenéticas, Guilherme Arantes, entre tantos outros, foram clicados por Vania Toledo.
Ícones da música brasileira como Ney Matogrosso (Capa do álbum Sujeito estranho, lançado pelo por ele em 1980), Rita Lee (álbum Bossa'n'roll, de 1991), Caetano Veloso, Frenéticas, Guilherme Arantes, entre tantos outros, foram clicados por Vania Toledo.
Ela tentava responder com simplicidade ao dom de retratar tão bem o outro: "Sou apaixonada pelo ser humano, pelo rosto, pela expressão, pelo olho". E afirmava que dava a cada personagem um tratamento peculiar. "Não tenho luz pronta. Faço a luz para ela. Tento valorizar o que acho que pode favorecer a pessoa".