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Elas Festival quer promover o feminismo 'sem excluir ninguém'


A Funarte e o Cine Centoequatro sediam a partir desta sexta (18) até domingo (20) o Elas Festival, com uma programação que inclui bate-papos, exibição de filmes, mostra de empreendedoras, exposição fotográfica e shows das cantoras Tamara Franklin, Julia Branco e do grupo Dolores 602. “O empoderamento feminino está em pauta e merece ser discutido e valorizado cada vez mais”, afirma Ana Carolina Linares, idealizadora do festival.

Produtora cultural há cerca de 15 anos, ela diz que o Elas Festival busca destacar o protagonismo feminino na cena cultural, além de incentivar a cultura de equidade de gênero. “Realizo os sonhos de outras pessoas e queria dar voz e protagonismo para tantas mulheres incríveis e que têm muito a dizer. Foi da vontade de promover práticas e ações que trabalhem a equidade de gênero, o respeito à diversidade e o empoderamento que nasceu o Elas”, afirma.

Ana Carolina conta que, com o passar do tempo na atividade de produção cultural, começou a ter vontade de realizar algo alinhado com alguma coisa em que ela acreditasse, uma causa. “Descobri-me uma mulher feminista há um bom tempo e pensei em escrever sobre o empoderamento feminino. Inscrevi o projeto na Lei Municipal, e ele foi aprovado. Estamos realizando-o num espaço público, que é a Funarte, o que facilitou na questão dos custos também. A programação será aberta com a exposição fotográfica Empoderamento feminino, com curadoria da fotógrafa Bianca Aun.”

Nesta sexta (18), haverá um bate-papo sobre “Mulheres, tecnologia e startup: construindo o nosso espaço”, com Talita Batista, Lizandra Muniz, Bárbara Fraga e Paula Faria.
“Outros destaques da programação de sábado (19) serão um bate-papo com o tema ‘Qual o lugar das travestis no feminismo’, com Duda Salabert, Gisella Lima, Giovanna Heliodoro, Anyky Lima e mediação de Vanessa Sander. No domingo (20), teremos duas sessões, sendo a primeira ‘O sagrado feminino’, com Adriana Gontijo, da Pachamama, e uma outra que discutirá o empoderamento das mulheres negras, ‘Elas podem tudo!’, com curadoria de Joyce Cordeiro e Nath Sol”, destaca a produtora.

Ela conta que tentou dar à programação do evento uma pincelada em áreas diversas. “Isso porque as mulheres são múltiplas e queremos mostrar que esse feminismo é para todos. Portanto, não queremos excluir ninguém.” A temática do empoderamento perpassa também a programação de filmes, com títulos que incluem Baronesa, de Juliana Antunes, atração de domingo.

A cada dia haverá um show, a começar com o grupo Dolores 602, atração desta sexta. A cantora Julia Branco se apresenta no sábado e, no domingo, é a vez de Tamara Franklin subir ao palco. Um dos principais nomes do rap em BH, Tamara tem uma relação com a música desde a sua infância. Hoje, aos 27 anos, já lançou Anônima, disco com 10 canções autorais, e atualmente está gravando outro disco, que deverá ser lançado no próximo ano.
“Ele se chama Fugio, nome que tirei de um livro e traz nove faixas autorais. O álbum tem uma proposta bem inovadora, porque propõe o rap junto com os ritmos do reinado de Nossa Senhora do Rosário, que é algo bem mineiro”, conta.

Tamara diz que “o show deste domingo se chama De corpo, alma e flow, é quase todo autoral e a proposta é fazer um rap com banda, influenciado por outros gêneros, tipo blues, samba, música brasileira, música negra”. Com duração de uma hora, será “um show bem pra cima, vibrante”, diz a cantora, que pretende interpretar uma única música de outro autor – Clandestino, de Manu Chao. Acompanharão Tamara no palco Rafael Djero (baixo e programação e vocal), Dgar Siqueira (bateria e vocal) e Giuliano Coura (guitarra). “Vou cantar músicas do primeiro CD, Anônima, que foi lançado em 2015 e está disponível nas plataformas digitais”, avisa.

ELAS FESTIVAL
Desta sexta (18) a domingo (20), na Funarte (Rua Januária, 68, Centro) e no Cine Centoequatro (Praça Rui Barbosa, 104, Centro). Programação completa disponível na página do evento.
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