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LITERATURA

Feira Canastra discute em BH cenário das editoras independentes


Em 2010, o jornalista mineiro Luiz Navarro lançou, de forma independente, A zica, revista de ilustrações e quadrinhos. De lá para cá, ele percebeu a evolução da produção editorial independente no Brasil e o surgimento,  país afora, de eventos que congregam essas publicações. Mas sentiu falta de haver em BH, onde essa cena é forte, um evento de abrangência nacional. Foi assim que Navarro teve a ideia de criar a Feira Canastra, que será realizada neste sábado (12) e domingo (13), no Centoequatro, na Praça da Estação, reunindo autores, editoras, quadrinistas, designers e fanzineiros da cena independente brasileira.

“Existe um circuito de eventos nesse sentido. Cidades como São Paulo, Rio, Salvador e Brasília promovem suas feiras há algum tempo. Mas BH e Minas nunca tiveram algo nesse sentido, ou seja, algo que contemplasse não só o que é feito aqui, mas também o que é feito fora, inclusive no exterior”, diz ele.

O nome Canastra remete a uma das identidades mineiras – o queijo da canastra – que vem ganhando alcance também fora do país. Serão 64 feirantes (entre representantes de Minas, de outros estados, da França e do Uruguai) que produzem conteúdo de literatura, quadrinhos e artes gráficas, sempre de forma independente. “Mesmo com a crise do mercado editorial, a produção independente está efervescente.
Hoje, qualquer um pode fazer o próprio livro, a própria revista. É importante ver no mercado esse tipo de produto que é feito de uma forma autoral, experimental e autônoma. E o mais bacana é a diversidade. Tem para todos os gostos, estilos e bolsos”, afirma.

PERRENGUES
E a Feira Canastra procurará refletir um pouco dessa variedade nos perfis das publicações apresentadas. Além dos expositores, a programação traz debates com editoras convidadas, que mostrarão o seu trabalho e sua experiência. A Lote 42 (SP) participará da mesa “Experiências e perrengues de uma editora sem cartilha”, apresentada pelo jornalista e seu fundador, João Varella, que também é produtor das feiras Miolo(s), Printa-Feirae Tinta Fresca, todas na capital paulista.

A segunda mesa contará com Silvia Nastari, designer e diretora de arte da editora e tipografia Quelônio, também de São Paulo. Com o tema “O livro em tipografia: experimentações na editora Quelônio”, ela vai falar sobre como surgiu a ideia de ter uma tipografia na editora, assim como os processos de produção dos livros, as dificuldades e as experimentações.

Uma terceira mesa será com o designer gráfico belo-horizontino Ricardo Portilho, que falará sobre a trajetória da editora e oficina gráfica Entrecampo e também sobre o cenário das publicações em risografia (técnica artística que utiliza uma duplicadora Riso para produção de arte em papel em diferentes formatos) no Brasil e no mundo.
“Mais do que dar um panorama do que tem sido produzido no país, a Feira Canastra quer promover uma troca, um intercâmbio entre editores e autores daqui com os de fora. Isso é fundamental, porque, a partir daí,  surgem novos projetos, formam-se parcerias e se estimulam experiências criativas”, diz Navarro.

Feira canastra
Neste sábado (12) e domingo (13), das 11h às 19h, no Centoequatro (Praça Rui Barbosa, 104, Centro). Entrada gratuita.
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